Um raio nunca vai “queimar” seus eletrodomésticos. Não existe chance da sua casa pegar fogo. Seguro residencial é caro e é pura frescura.
É por causa dessas ideias, ou por simples desconhecimento, que apenas 13% das casas no Brasil são protegidas por seguro. O produto, que socorre contra incêndio, queda de raio, explosões e inúmeros outros acidentes, deveria ser mais popular, segundo especialistas.
“O seguro residencial é muito pouco acionado, e por isso mesmo ele é bem mais barato do que o de carro, por exemplo. Mas, embora raros, os acidentes em casa causam grandes prejuízos”, explica o consultor financeiro Álvaro Modernell, sócio da Mais Ativos Educação Financeira.
Apesar de ser um custo a mais, o produto pode ser um aliado do planejamento financeiro, já que poucas pessoas têm reserva financeira suficiente para restabelecer rapidamente suas necessidades se acontecer um imprevisto em casa.
Para você não perder o que comprou com tanto esforço, EXAME.com listou alguns motivos para fazê-lo enxergar que seguro residencial pode ser um bom negócio, dependendo das coberturas contratadas.
1. Cabe no bolso
Um bom seguro residencial pode ser adquirido por cerca de 200 reais ao ano, como mostrou uma pesquisa realizada pela associação de consumidores Proteste. O preço médio não passa de 0,3% do valor de reconstrução do imóvel, o que pode compensar muito em comparação ao prejuízo.
“Ao comparar o seu preço com o valor da indenização, o custo-benefício do seguro residencial é muito alto”, avalia a pesquisadora Gisele Rodrigues, técnica da Proteste.
Em sua pesquisa, a Proteste analisou 126 apólices das 17 maiores empresas que comercializam seguros residenciais no país, e avaliou a qualidade das apólices versus o preço. Na avaliação da entidade, as coberturas com melhor custo-benefício são a da Bradesco Seguros e a da HDI Seguros.
A entidade considerou as seguinte coberturas: básica (contra incêndio, queda de raio e explosão), alagamento, furto ou roubo, vendaval, privação temporária de uso, desmoronamento, responsabilidade civil (dano a terceiros) e danos elétricos, além das exclusões.
O preço final do seguro depende do material e do tamanho da casa, da localização e o do tipo de ocupação, se é habitual ou só para veraneio, como explica Danilo Silveira, presidente da comissão de riscos patrimoniais massificados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
É essencial comparar preços entre as seguradoras, com a ajuda de um corretor de seguros, para encontrar o melhor produto. É claro que as coberturas e os serviços de assistência contratados também interferem no valor. Alguns clientes também podem conseguir descontos na renovação, por exemplo.
2. É possível incluir até chaveiro e eletricista 24 horas
Além da cobertura básica contra incêndio, raio e explosões, o seguro residencial também pode incluir garantias para cobrir, por exemplo, as despesas com aluguel, caso o morador seja forçado a se mudar, ou com o vizinho, se o seu filho chutar a bola no vidro da casa ao lado, por exemplo.
Ele também pode proteger sua casa de curtos circuitos, vendavais ou roubo, e agregar serviços como assistência técnica 24 horas de chaveiro, eletricista e encanador, por exemplo.
Alguns bens não são contemplados pelo seguro de casa, como obras de arte, joias ou raridades.
3. Você pode contratar uma indenização personalizada
O primeiro passo para saber que tipo de cobertura você precisa é fazer um inventário de tudo que você tem em casa e uma lista dos riscos que você pode correr, como sugere o corretor de seguros José Antonio Varanda, professor da Escola Nacional de Seguros. Assim, você não deixa de fora algo importante, nem gasta dinheiro desnecessariamente.
O corretor de seguros vai ajudar você na tarefa de escolher as coberturas necessárias e o valor das indenizações indicadas para você.
Quem contrata o seguro recebe separadamente o pagamento da indenização de cada garantia. O valor da cobertura definido na apólice é o limite máximo a ser recebido para cada uma das garantias.
4. O seguro de apartamento costuma ser mais barato
O seguro residencial de um apartamento costuma ser mais barato, já que a lei obriga o prédio a ter um seguro de condomínio para a sua estrutura, como paredes e instalações hidráulicas, e partes comuns.
Assim, se você morar em um apartamento, só vai precisar contratar a cobertura para cobrir danos ocorridos aos bens que fazem parte do imóvel segurado, como móveis e eletrodomésticos, ou às reformas que você fez por conta própria no imóvel.
Por outro lado, o seguro de casa tende a ser mais caro, pelo tamanho do imóvel e por não haver o seguro do condomínio.
5. Com franquia, o seguro pode ser mais em conta
A franquia é a parte do prejuízo que será paga por você caso ocorra algum acidente. Na prática, é como se você fosse sócio da seguradora em caso de acidente.
Ela existe para tornar o seguro economicamente viável: se não existisse, todos os eventos seriam cobertos 100% pela seguradora, o que deixaria o preço da apólice muito maior.
A franquia, então, reduz o preço do seguro, especialmente em coberturas especiais, como para danos elétricos, acidentes domésticos e eventos climáticos, como vendaval. A cobertura básica costuma ser isenta de franquia.
Na apólice, será determinado o valor ou percentual que ficará sob responsabilidade do segurado. Caso o prejuízo seja inferior ao valor da franquia, não compensa para você acionar a seguradora para realizar o conserto.
Se você quiser saber informações mais detalhadas sobre seguro residencial ou outros tipos de seguros, o site Tudo Sobre Seguros, da Escola Nacional de Seguros, é uma fonte confiável e pode ajudar.
No site da FenSeg, você também encontra cartilhas didáticas elaboradas para solucionar dúvidas de consumidores.
Fonte: Exame.com