“Estamos juntos para construirmos um mercado ainda melhor no Brasil”. Com esta frase, o presidente da CNseg, Marco Antonio Rossi, encerrou sua fala, dirigida aos corretores fluminenses, durante o Painel das Federações, realizado no V Encontro de Corretores de Seguros do Estado do Rio de Janeiro (Enconseg), no Centro de Convenções da SulAmérica, no Rio, em 31 de outubro.
E, de fato, o mercado segurador e todos os seus atores têm muito o que se orgulhar, tendo sua participação no PIB saltado de 1% para 6% nos últimos 10 anos, como bem lembrou o presidente da FenaSaúde, Marcio Coriolano, também participante do evento.
Na parte da manhã, o presidente da FenaSaúde, que acumula a presidência da Bradesco Seguros, também participou da mesa de abertura junto com presidente da SulAmérica, Gabriel Portela; o superintendente da Susep, Roberto Westenberger; o presidente do Sincor RJ/ES, Henrique Brandão, e representante do IRB.
Coriolano aproveitou a ocasião para destacar a pujança do setor de seguros no Rio de Janeiro, que tem uma população de beneficiários de planos de saúde proporcionalmente maior que a média nacional, além de abrigar suas principais instituições, como a Susep, a ANS, o IRB, a CNseg e Federações, e a Fenacor.
“Não podemos esquecer que a Bradesco Seguros nasceu aqui no Rio, em 1937, com a seguradora Atlântica Boavista”, lembrou, ainda, Coriolano, que depois foi citado por Portela, que disse que a SulAmérica “também é carioca, mas só um pouquinho mais antiga, com 120 anos”, provocando o amigo que, em suas palavras “é um líder inconteste da Saúde Suplementar, fazendo muito pelo mercado e pelos corretores”.
E uma antiga luta da FenaSaúde parece que finalmente se concretizará, de acordo com o superintendente da Susep, que afirmou que o VGBL Saúde, plano de saúde com componente previdenciário, será implantado em curto prazo.
Na parte da tarde, o painel das Federações serviu como espécie de prestação de contas para os centenas de corretores que lotavam o auditório.
O primeiro a falar foi o diretor-executivo da FenSeg, Neival Freitas, que trouxe alguns números em sua apresentação, apontado os segmentos de seguro com maior pontencial. Entre estes, o seguro rural, que tem apresentado crescimento médio de 25% ao ano, e o seguro habitacional, alavancado devido à grande oferta de crédito para a compra de casa própria, tanto por parte dos bancos públicos, quanto dos privados, com ambos exigindo o seguro como garantia para o financiamento.
Neival abordou, ainda, o processo de implantação da Lei 12.977/2013, que trata do desmanche legal de veículos e deverá impactar na redução do número de roubo de carros e ajudar a criar o seguro popular de veículos, para automóveis com mais de 5 anos de uso, que poderão utilizar peças usadas com certificado de garantia, como não ocorre atualmente.
Em seguida, foi a vez do presidente da FenaPrevi, Osvaldo do Nascimento, dirigir-se aos corretores, apresentando dados demográficos que apontam para o envelhecimento da população brasileira, potencializando a procura por seguros de pessoas, como Previdência e Vida. “Comparando com outros países, o Brasil gasta muito com a população idosa, mas, como vimos nas manifestações de junho de 2013, há uma grande demanda da sociedade por mais investimentos em educação, o que deverá aumentar a proporção dos gastos do governo com a população mais nova”.
Nascimento também apresentou alguns números da recente pesquisa realizada pela FenaPrevi, que aponta que grande parte da população ainda não conhece os benefícios do seguro, o que demanda um forte trabalho do setor em educação financeira.
Voltando a dirigir-se aos corretores, Marcio Coriolano apresentou alguns dos desafios da Saúde Suplementar, que sofre com a exacerbação da busca pelo Judiciário para a resolução de conflitos e com, o que considerou, um excesso de rigor por parte da ANS nas punições aplicadas, bem como na publicação do Rol de Procedimentos, que determina a cobertura mínima, com a incorporação de novas tecnologias sem suficientes estudos de comprovação de efetividade.
O presidente da FenaCap, Marco Barros, foi breve em sua apresentação, lembrando que a capitalização é uma importante porta de entrada para o mundo da poupança, reunindo o universo do investimento financeiro e do lúdico, na forma dos sorteios.
Enfim, voltamos a Rossi, o presidente da CNseg, e também presidente da Bradesco Seguros, uma das patrocinadoras do V Enconseg, junto com a SulAmérica. Dirigindo-se a um público majoritariamente da área comercial, ele disse que a base de segurados possui um grande potencial para compra de outros produtos de seguro, que ainda precisa ser melhor explorada, lembrando, por exemplo, que o Brasil possui 60 milhões de residências que não possuem seguro residencial. “Mas como mudar a abordagem para chegar a esse cliente? Esse é um de nossos desafios”. Mudança de abordagem, esta, que deve se dar não só pelo desejo de melhor explorar a base de segurados, mas pela necessidade de se adaptar aos novos canais de relacionamento surgidos com o avanço da tecnologia. “O seguro estará aqui, nos próximos anos” – disse, erguendo seu smatphone – “no telefone de cada um de nossos segurados”. Essas mudanças trazem ótimas oportunidades, que não podemos desperdiçar”, concluiu.
Fonte: CNseg