As altas temperaturas do verão brasileiro costumam vir acompanhadas de fortes chuvas, vendavais e tempestades elétricas, causando danos a milhares de residências em todo o país. Esse cenário impulsionou o mercado de seguros residenciais, que registrou um crescimento expressivo em 2024, arrecadando R$ 6,0 bilhões – um aumento de 16,5% em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).

Além das altas temperaturas no verão, o interesse na compra de imóveis também impulsiona o crescimento do mercado. De acordo com levantamento do Datafolha, divulgado em janeiro, 43% dos brasileiros pretendem adquirir um imóvel residencial em 2025. Isso eleva as expectativas do setor de seguros para os próximos anos, com projeção de 15,9% em crescimento nos produtos massificados, incluindo os seguros residenciais, segundo a CNseg.

A segurança é um dos principais critérios na escolha de um imóvel para 80% dos consumidores, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.

Para atender essa demanda, construtoras e condomínios têm investido em soluções tecnológicas, como portarias virtuais, câmeras inteligentes e reconhecimento facial. Além disso, a inteligência artificial vem ganhando espaço no setor, sendo adotada por 19% das empresas para aprimorar monitoramento e atendimento, conforme estudo do McKinsey Global Institute.

Jarbas Medeiros, presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), explica que a maior disseminação das coberturas e dos serviços de assistência técnica embutidos no produto explicam o aumento na contratação. “O seguro residencial segue como uma solução cada vez mais essencial para proteger o patrimônio dos brasileiros, acompanhando o aumento da demanda por imóveis e a valorização da segurança nas moradias”, aponta.

Nos rankings estaduais de arrecadação, São Paulo se destacou com R$ 2,6 bilhões, quase metade do total nacional e R$ 800 milhões a mais do que a soma dos quatro estados seguintes. Em segundo lugar, aparece o Rio Grande do Sul, seguido por Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O mesmo ranking se repete nos valores pagos em indenizações.

Veja:

 

Fonte: CNseg

Cabe destacar que, mesmo com um custo médio acessível, entre R$ 500 e R$ 800 por ano, e a possibilidade de parcelamento, o seguro residencial ainda tem baixa adesão no Brasil. Até o fim de 2021, apenas 17% das residências do país, cerca de 12,7 milhões de unidades, estavam seguradas, segundo a FenSeg.

Fonte: CQCS