Produção brasileira “Ainda Estou Aqui” contou com seguro cinematográfico para garantir sua viabilidade

No universo do cinema, onde cada minuto de filmagem pode custar milhares de dólares, a segurança dos atores e da equipe técnica é fundamental. O recente filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, que concedeu à atriz Fernanda Torres o Globo de Ouro e que agora segue rumo ao Oscar 2025, tem chamado a atenção dos críticos e do público internacionalmente. A vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro como Melhor Atriz tornou-se um marco histórico para o cinema nacional. Com um orçamento acima de R$8 milhões e mais de 3 milhões de espectadores, a produção contou com seguro cinematográfico para garantir sua viabilidade. Conforme uma matéria do InfoMoney, especialistas explicam que esse tipo de seguro protege desde a pré-produção até danos materiais e corporais, além de facilitar financiamentos e atrair patrocinadores. Para isso, contou com um seguro especializado para produções audiovisuais, prática essencial tanto no Brasil quanto em Hollywood. Apesar da crescente profissionalização no Brasil, apenas 14% das obras lançadas nos últimos dois anos são nacionais. A visibilidade gerada por premiações internacionais, em contrapartida, pode atrair mais investidores, fortalecendo a indústria. Nos grandes estúdios americanos, estrelas do cinema são consideradas ativos valiosos e, por isso, recebem coberturas milionárias.

Seguro para produção de filmes

A produção de um filme envolve uma série de desafios logísticos e financeiros. Um atraso inesperado pode comprometer o orçamento e até inviabilizar o projeto. Enquanto a maioria dos seguros cobre danos e ferimentos no set, coberturas especializadas podem ser adicionadas conforme as necessidades da filmagem. Um longa-metragem subaquático, por exemplo, exige um seguro diferente de uma gravação comercial em um estacionamento. Apesar das variações de custo, o objetivo é sempre proteger o produtor de eventuais problemas antes, durante ou após as filmagens. O seguro para produção cinematográfica pode englobar diferentes coberturas:

  • Responsabilidade civil – Protege contra danos causados a terceiros durante as filmagens.
  • Seguro de elenco – Garante indenização caso um ator principal fique impossibilitado de filmar por doença, acidente ou até falecimento.
  • Interrupção de filmagem – Cobre prejuízos financeiros em caso de adiamentos ou cancelamentos inesperados.
  • Equipamentos – Protege contra perda, roubo ou danos a câmeras, iluminação e outros itens essenciais.
  • Locações e cenários – Garante reembolso em caso de imprevistos que prejudiquem o uso dos espaços de filmagem.

Essas coberturas são adaptadas às necessidades de cada produção e variam de acordo com o porte do projeto e o perfil dos envolvidos.

‍O alto custo da proteção de celebridades

‍Em Hollywood, as seguradoras desempenham um papel importante ao proteger atores e atrizes que, muitas vezes, são a peça-chave do sucesso de um filme. Quando um astro como Tom Cruise ou Scarlett Johansson assume um papel principal, os estúdios não hesitam em contratar apólices milionárias para cobri-los. Um dos casos mais icônicos foi o de Daniel Craig, que teve um seguro de aproximadamente US$9,5 milhões durante as filmagens de “007 – Sem Tempo Para Morrer”. Isso porque o ator dispensou dublês em muitas cenas de ação, elevando os riscos de lesão.

‍Contratação de seguros para partes do corpo por artistas e personalidades

‍Além dos seguros convencionais, algumas celebridades vão além e seguram partes específicas do corpo. Esse tipo de seguro se tornou conhecido na década de 1950. Um dos primeiros registros foi o da atriz Betty Grable, que, em um período em que sua imagem era fortemente associada à dança e à estética das pernas bem torneadas, contratou uma apólice de US$1 milhão para protegê-las. Esse caso acabou se tornando uma das referências mais emblemáticas desse tipo de seguro no entretenimento.

‍Um dos primeiros casos no Brasil foi em 1993

‍No Brasil, a contratação de seguros para partes do corpo por artistas e personalidades começou a ganhar espaço nos anos 1990. Um dos primeiros casos conhecidos foi o da atriz Cláudia Raia, que em 1993 contratou um seguro para suas pernas no valor de R$1 milhão. Na mesma década, Carla Perez adotou uma medida semelhante, assegurando os glúteos por R$12 milhões. Com o tempo, essa prática continuou sendo utilizada por outras figuras públicas. A cantora Valesca, por exemplo, contratou um seguro de R$4 milhões para a mesma região. No caso da bailarina Ana Botafogo, suas pernas foram seguradas em R$40 mil, um valor mais modesto, mas que evidencia a preocupação de profissionais cujas carreiras dependem diretamente do desempenho físico.Outros exemplos são:

  • Jennifer Lopez – Teria segurado seu famoso bumbum por US$27 milhões.
  • Cristiano Ronaldo – Suas pernas, essenciais para sua carreira no futebol, foram seguradas por cerca de US$144 milhões.
  • Mariah Carey – Suas cordas vocais e pernas receberam um seguro milionário estimado em US$70 milhões.

Esses valores exorbitantes refletem o impacto financeiro que a perda de uma dessas estrelas poderia causar às produções e campanhas publicitárias associadas.Como as apólices são definidas?Cada apólice de seguro é estruturada com base em uma avaliação detalhada dos riscos. Para determinar o valor de cobertura, as seguradoras consideram fatores como:

  • Histórico médico do ator ou atriz.
  • Tipo de cenas a serem filmadas (ações perigosas aumentam os custos).
  • Tempo de gravação e local das filmagens.
  • Outros compromissos do artista durante o período de produção.

No caso de filmes de ação, onde há maior risco de acidentes, os valores das apólices podem disparar. Produções que envolvem filmagens em locais remotos ou perigosos também enfrentam custos mais elevados.

‍Segurança por trás das câmeras é fundamental

‍O universo do cinema não se resume apenas a roteiros envolventes e bilheterias milionárias. Para que o público assista a um blockbuster ou a uma produção premiada, há muito mais por trás das câmeras do que imaginamos. Entre roteiros, ensaios e efeitos especiais, há também um complexo sistema de seguros garantindo que tudo saia conforme o planejado. O seguro para produções cinematográficas não é apenas um luxo, mas uma necessidade para evitar prejuízos milionários. Seja em filmes nacionais ou superproduções de Hollywood, proteger os talentos e a infraestrutura da filmagem é um investimento indispensável para garantir que o projeto chegue às telas sem imprevistos. O seguro de celebridades, com apólices que podem valer milhões de dólares, reflete a magnitude dos investimentos na indústria do entretenimento. Seja protegendo um ator contra imprevistos de saúde ou garantindo que um atraso não comprometa o orçamento, essa prática se tornou essencial para a engrenagem de Hollywood. No fim das contas, o glamour das telas depende tanto de talento e carisma quanto da cautela e estratégia dos bastidores. 

Fonte: Insurtalks