Levantamento da CNseg MOSTRA que, de janeiro a agosto, as seguradoras arrecadaram R$ 1,7 bilhão em prêmios diretos.
O seguro é um dos grandes aliados da indústria de óleo e gás na prevenção de riscos e na proteção financeira das atividades. Responsável por 10% do PIB industrial, o setor de O&G tem ampliado os investimentos na produção offshore, o que contribui para uma demanda crescente pelo Seguro de Riscos de Petróleo. Levantamento da CNseg aponta que, de janeiro a agosto deste ano, as seguradoras arrecadaram R$ 1,7 bilhão em prêmios diretos via essa modalidade de seguro, uma alta de 34,7% em relação ao mesmo período de 2023.
Esse desempenho está diretamente vinculado a três fatores: sofisticação das coberturas, demanda maior por seguros de construção offshore e crescimento da produção e das operações no pré-sal. A contratação do seguro tem por objetivo cobrir riscos envolvendo a exploração e a prospecção de petróleo e gás natural, seja em terra (onshore) ou no mar (através de plataformas e navios-sonda). No Brasil, o Seguro de Riscos de Petróleo é, em grande parte, ressegurado, por conta do alto valor envolvido e a significativa exposição a riscos ambientais e operacionais.
Dois episódios trágicos serviram de alerta para a indústria de óleo e gás: a explosão da plataforma P-36 no Campo de Roncador, que vitimou 11 pessoas em 2001, e a destruição da plataforma Deepwater Horizon, em 2010, operada pela BP. Mais de 134 milhões de barris de petróleo foram despejados no Golfo do México. Segundo Narely de Paula, coordenadora da Subcomissão de Riscos de Petróleo da FenSeg, as empresas passaram a incorporar a cultura do seguro em suas operações e vêm ampliando a contratação de novas coberturas.
“As companhias abriram os olhos para o seguro de forma bastante criteriosa. De três anos para cá, a Petrobras tem contratado cobertura para o controle de poços. São despesas decorrentes da perda de controle do poço, quando se faz necessário trazer a operação de volta em segurança. É preciso manter o equilíbrio da pressão hidrostática entre o líquido e a rocha para evitar o risco de blowout. Existem equipamentos que ajudam a prevenir esse tipo de acidente, como o BOP o Blowout Preventer”, explica Narely.
Outros tipos de proteção formam o chamado Energy Package associado a Risco de Petróleo, como a cobertura de danos físicos (para materiais e plataformas), Responsabilidade Civil e a cobertura de construção offshore. Atualmente, dez seguradoras trabalham nesse segmento, que deve atrair novos players por conta dos investimentos elevados em exploração offshore.
“São valores muito expressivos. Somente um navio-plataforma envolve investimentos de US$ 4 bilhões. O Brasil é líder da demanda global por FPSO e vai demandar mais 14 unidades desse tipo. Essas operações fortalecem a relação das empresas com o mercado segurador”, ressalta a coordenadora da FenSeg.
Essa ampliação, de acordo com a executiva, pode ser explicada pelo aumento da sofisticação das coberturas de seguros, pela maior demanda por seguros de construção offshore, e pela expansão da produção e operações no pré-sal.
Fonte: CNSeg Online