O estudo “Epidemia de bets no Brasil” revela que, no Brasil, 6 em cada 10 apostadores enfrentam impactos emocionais negativos, como ansiedade, e 37% já usaram dinheiro de outras necessidades para apostar. O levantamento também aponta que, na China, as apostas online cresceram de 100 milhões de yuans em 2005 para 85 bilhões em 2014, antes de serem proibidas pelo governo. Em resposta ao aumento das apostas, o governo brasileiro criou um grupo de trabalho para desenvolver ações de enfrentamento aos danos causados pela prática, enquanto a iniciativa privada trabalha para conscientizar a população.

De acordo com dados do Banco Central, a despesa média mensal com apostas online via Pix chegou a R$ 20 bilhões entre janeiro e agosto deste ano. A Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), afirma que os dados são preocupantes, “não apenas pelo volume financeiro movimentado, mas principalmente pelos prejuízos que podem causar para a saúde financeira e emocional de uma família”. Para a entidade, há um problema de conscientização da população no estabelecimento de metas, prioridades e planejamento financeiro. 

“A solução está na educação financeira das famílias, não apenas do jovem, afinal o impacto do jogo afeta todos, não apenas o indivíduo”, destaca.

Encomendada ao Datafolha em 2023, a segunda edição da pesquisa FenaPrevi revela que 60% dos entrevistados gostariam de se aposentar aos 60 anos, mas apenas 30% acreditam que isso será possível. Entre eles, 25% desejam ter uma reserva financeira, 12% planejam viver da previdência privada, mas apenas 2% possuem um plano de previdência complementar. “Nos últimos anos aumentou a preocupação do brasileiro com a aposentadoria e com a sustentabilidade da previdência pública nos moldes atuais. O aumento da longevidade já é uma realidade e traz inúmeros desafios para uma velhice tranquila e segura”, pontua a Federação.

Entre os desafios está o aumento da população protegida. “Hoje apenas 11 milhões de brasileiros tem previdência complementar aberta, o que equivale a apenas 7% da população com mais de 18 anos; percentual que sobe para 9,3% se considerarmos o público das fechadas”, destaca a Fenaprevi, acrescentando que é necessário continuar aprimorando o sistema de distribuição, oferecendo
um adequado e completo sistema de assessoramento das famílias. “É necessário oferecer uma gama de produtos que se complementem e ajustem à necessidade do segurado nas diferentes fases da vida”, finaliza.

Fonte: CQCS