Cerimônia de posse no Rio reuniu as principais lideranças do mercado segurador
Ao assumir o posto máximo da Superintendência de Seguros Privados (Susep), em solenidade ocorrida um mês após sua nomeação, Roberto Westenberger conclamou o mercado segurador a materializar seis pilares conceituais que podem levar o setor a ter uma densidade mais proporcional ao tamanho da economia do País. A valorização dos quadros da Susep, “porque não se pode administrar sem um time motivado”; o compromisso de adotar decisões na autarquia sempre em prol do interesse público; a adoção de viés mais indutor do desenvolvimento (e menos policialesco) da autarquia; a aderência às práticas internacionais, porque o Brasil não pode continua dissociado de modelos regulatórios reconhecidamente eficientes, como é o caso do programa Solvência II; a capacitação contínua do mercado, tendo em vista os novos paradimas regulatórios; e ações no campo da educação financeira, para que o consumidor realize compra de coberturas mais adequadas.
A solenidade de posse, ocorrida em 28 de março, reuniu cerca de 400 pessoas no auditório da sede no Rio do Ministério da Fazenda. Inclusive as principais lideranças do mercado segurador, como os presidentes da CNseg, Marco Antonio Rossi, da Fenaber, Paulo Pereira, e da Fenacor, Armando Vergílio, que foram parabenizar o novo superintendente da Susep e também conheceram um pouco do perfil da nova gestão.
Também estiveram presentes a diretora-executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes e os presidentes da FenaSaúde, Marcio Coriolano; FenSeg, Paulo Marraccini; FenaPrev, Osvaldo do Nascimento e FenaCap, Marco Barros.
Encarregado de representar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de dar posse ao novo titular da Susep, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli disse que Roberto Westenberger assume o cargo em um momento especial do mercado de seguros, tendo como missão mais relevante fazer o setor ter uma participação mais proporcional ao PIB brasileiro. Segundo ele, o mercado fechou o ano passado com receitas de R$ 212 bilhões, algo equivalente a 5% do PIB, e deve atingir um faturamento de R$ 250 bilhões em 2014. Embora estas somas já tornem o mercado segurador bastante relevante, Caffarelli vê nos 50 milhões de brasileiros que ascenderam socialmente nos últimos anos, formando a nova classe média, e nos projetos de infraestrutura, que deverão demandar aportes de R$ 1,5 trilhão nos próximos oito anos, como duas importantes frentes para o crescimento do mercado segurador, por meio da oferta de mais produtos visando a proteção de pessoas e dos empreendimentos de construção pesada.
Em linha com o secretário, o novo titular do órgão de supervisão do setor deixou claro que planeja dar mais liberdade de criação de produtos, já que este é um caminho para crescer a oferta de coberturas e a concorrência. “O segurador sabe que produtos precisa criar para o mercado crescer, e a Susep não vai atrapalhar suas ações nesse campo. Pelo contrário, poderemos até pensar juntos produtos que ainda não existem em nosso mercado”, disse ele.
Mas quer manter a solidez do mercado, razão pela qual sua intenção é adotar as melhores práticas do programa Solvência II, que não pode continuar a ser visto com uma questão de quantitativos de capitais e de reservas apenas, mas ser reconhecido como um instrumento efetivo de adoção de melhores práticas de gestão. “O programa Solvência II é um paradigma regulatório que privilegia a gestão da seguradora. Se suas diretrizes forem adotadas de forma eficiente, os quantitativos de capitais e de reservas podem até ficar abaixo das recomendações do órgão de supervisão. A Solvência II é uma homeopatia, uma técnica regulatória para aferir, fielmente, se administração dos recursos está em linha com os riscos assumidos. E as companhias que adotam modelos internos, atuam em nichos em que tem expertise na subscrição podem ser favorecidas”, destacou ele.
Ainda no discurso de posse, Westenberger disse que a Susep não terá o foco policialesco em sua gestão, ainda que mantenha o talão de multa no bolso para os casos necessários. “Nosso foco serão as ações em prol do desenvolmento. O papel de indutor do crescimento tem o objetivo de colocar o mercado de seguros mais proporcional ao tamanho o PIB. Olhando para países mais similares ao Brasil, como é o caso do Chile, cuja participação da indústria de seguros equivale a 9% ou 10% do PIB, podemos antever o que nossa mercado ainda pode crescer, com a adoção de medidas adequadas.”
Na condição de professor, lembrou a importância da capacitação. “E aqui estão incluídas não só a educação mais técnica dos quadros das seguradoras, corretores e resseguradoras, mas também a educação do consumidor”, disse ele, declarando-se honrado com a indicação e prometendo gastar o melhor de sua energia no projeto de expansão sustentável do mercado.
Fonte: CNseg