Em outubro, comemoramos o dia do corretor de seguros. A data é importante não apenas por lembrar essa figura tão importante no relacionamento entre empresa e segurados, mas também porque é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre os rumos do setor de seguros em nossa sociedade.
Há um ano, tivemos o lançamento do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS). Iniciativa da Confederação Nacional de Seguros (CNseg), o plano visa garantir maior acesso ao seguro no Brasil e, para isso, estabelece ações para aprimorar a regulamentação do setor, estimular a inovação e o uso de tecnologias avançadas, ampliar a educação financeira da população, fortalecer as entidades de representação do mercado de seguros e expandir a participação em novas áreas de atuação.
2024 é o ano de comemoração dos 30 anos do Plano Real, moeda que trouxe estabilidade à economia brasileira. Cabe aqui a reflexão de que, uma vez que o desenvolvimento do setor de seguros é diretamente atrelado à economia do país, ter um panorama econômico saudável é essencial para o mercado segurador. Acreditando na estabilidade da economia brasileira, que políticas de fomento, como o PDMS, são criadas.
O plano possui 65 ações baseadas em quatro eixos principais: desenvolvimento da imagem do seguro, desenvolvimento dos canais de distribuição (tradicionais e digitais), lançamento de novos produtos e modernização dos atuais e regulação mais eficiente. Em números absolutos, tem como objetivo, até 2030, ampliar o alcance do setor com a meta de quase dobrar a participação do PIB no Brasil: chegar a 10%. Além de aumentar em 20% a população atendida e crescer o volume de indenizações de 4,6% para 6,5%.
A nível de comparação, a produção do mercado de seguros no Brasil totalizou R$ 669 bilhões em 2023, representando 6,2% do PIB brasileiro. Para se ter uma ideia, no início do Plano Real, esse número era de 1,3%. Vale destacar que em relação a países que possuem economia mais desenvolvida, estamos abaixo do índice de participação no PIB. Por isso, o desafio lançado pela CNseg é ambicioso, sendo uma aposta na boa saúde da economia, gerando estabilidade e fomento ao setor de seguros.
A tecnologia como aliada
Hoje, sabe-se que as parcelas de maior poder aquisitivo, classes A e B, são as principais consumidoras de seguros. Uma das iniciativas para que o mercado cresça, é atingir as classes C e D. Para isso, é fundamental desenvolver produtos para esses brasileiros e brasileiras.
Ninguém mais relevante para alcançar as metas de crescimento senão quem atua diretamente com os clientes: os corretores. No entanto, as inovações tecnológicas são essenciais para a expansão do acesso aos seguros no Brasil.
Um dos principais obstáculos para uma maior penetração de seguros no país é a percepção da população de ser algo complexo e de difícil acesso. Nesse sentido, a tecnologia pode ajudar a facilitar o contato do consumidor aos serviços de seguro, gerando uma melhor experiência ao usuário.
A digitalização, por exemplo, colabora para um processo mais simplificado por meio de plataformas online, tanto para o segurado quanto para o corretor. Compras e gestão de apólices se tornam muito mais simples de serem acompanhadas por ambos os agentes, deixando o processo mais transparente e menos intimidador.
Se tratando da seguradora, a tecnologia é uma aliada e tanto. Por meio da análise profunda de dados, é possível personalizar soluções e produtos de acordo com cada perfil de cliente. Lançando mão da inteligência artificial (IA), por exemplo, a base de dados é uma verdadeira mina de ouro para entender o comportamento e necessidades dos segurados e, com as informações em mãos, oferecer uma abordagem assertiva garante uma maior fidelização dos segurados e adesão de novos clientes.
Em uma sociedade hiperconectada, é inegável que a tecnologia faz parte do nosso dia a dia nos mais diversos setores. Cabe ao mercado de seguros fomentar e adotar as inovações tecnológicas de forma eficiente e consistente, que traga resultados reais a todo o ecossistema de seguros, isto é, às empresas, aos corretores e aos segurados. Não há dúvidas de que, se bem empregada, a tecnologia irá potencializar a execução e sucesso do plano de desenvolvimento.
Fonte: Revista Apólice Online