Tema do 1º Fórum IRB(P&D) é “Desafios e oportunidades no enfrentamento dos riscos climáticos”
O encontro técnico-científico do segundo dia do 1º Fórum IRB(P&D), em 12 de setembro, no Rio de Janeiro, terá a participação de pesquisadores, representantes do setor de seguros e resseguros e startups para debater as pesquisas climáticas no Brasil. A diretora de Organização de Mercado e Regulação de Conduta da Susep, Jéssica Anne de Almeida Bastos, será a responsável pela abertura do momento. O evento, que começa no dia 11, é aberto para convidados e conta com o apoio da CNseg.
O tema do 1º Fórum IRB(P&D) é “Desafios e oportunidades no enfrentamento dos riscos climáticos”. A partir da visão do órgão regulador do mercado de seguros e resseguros, Jéssica falará sobre a importância das pesquisas e soluções inovadoras em riscos climáticos. Em seguida, serão apresentados quatro painéis científicos e duas discussões tecnológicas com startups.
Painel “Modelagem e Impacto dos Riscos Climáticos” abre sequência de debates
O primeiro painel do dia, com o tema “Modelagem e Impacto dos Riscos Climáticos”, reunirá Emilio La Rovere, coordenador do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e professor titular da Coppe/UFRJ, e Pedro Ivo Mioni Camarinha, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
De acordo com La Rovere, este é um momento oportuno para promover o intercâmbio de conhecimentos e experiências entre profissionais de diferentes áreas, devido ao agravamento dos impactos das mudanças climáticas, “com o objetivo de contribuir para o enfrentamento dos desafios e o aproveitamento das oportunidades que o tema traz para o Brasil”.
Clima e agricultura é tema do segundo painel do dia
O painel “Modelagem Agroclimatológica” será conduzido por Ana Paula Martins, do Cemaden; Daniela Fuzzo, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG); e Minella Alves Martins, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Os debates sobre riscos climáticos podem ajudar a aumentar a consciência e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima”, afirma Daniela.
Segundo Minella, é fundamental acessar informações precisas sobre riscos e impactos potenciais, considerando as mudanças no clima afetando diretamente a agricultura e a segurança alimentar. “Um planejamento agrícola eficaz depende de entender essas variáveis e de implementar estratégias que possam mitigar os danos”, comenta a pesquisadora do Inpe.
Fenômenos atmosféricos
O painel “Fenômenos Físicos Atmosféricos” – o terceiro do dia – reunirá Francisco Eliseu Aquino, do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Regina Rodrigues, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Glauber Ferreira, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei); e Bianca Zadrozny, do IBM Research Brasil.
Para Regina, é importante debater os conhecimentos em relação à crise climática enfrentada no país, para que haja uma melhor preparação. “Isso se torna ainda mais valioso quando diferentes setores da sociedade interagem para esse fim, como neste evento idealizado pelo IRB(P&D), com a presença da academia”, opina.
De acordo com Ferreira, eventos como o 1º Fórum IRB(P&D) são cruciais para conectar a pesquisa acadêmica às necessidades do mercado, principalmente no setor segurador. “Assim, é possível promover o intercâmbio de conhecimento entre cientistas e profissionais, destacando a relevância das Ciências Climáticas na compreensão e mitigação dos riscos em diversos setores socioeconômicos do Brasil”, avalia.
“É importante melhorar a capacidade de previsão de eventos climáticos e a geração de cenários que possam ser usados para avaliação de risco e para tomada de decisão, visando aumentar a resiliência aos impactos climáticos”, aponta Bianca. Durante o painel, a especialista pretende ressaltar alguns exemplos de como técnicas avançadas de IA têm sido implementadas a dados atmosféricos para antever e gerar simulações de eventos climáticos extremos.
Modelagem computacional
No quarto painel, Saulo Ribeiro de Freitas, chefe de Divisão de Modelagem Numérica do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), abordará a modelagem computacional para previsão de eventos climáticos extremos. “Planejo destacar o novo paradigma brasileiro em termos de modelagem computacional do sistema terrestre para avançarmos na usabilidade e na qualidade das informações de tempo e clima para o Brasil”, afirma.
Startups conduzem debates
Ligadas à previsão de riscos climáticos, as startups MeteoIA e Sipremo SRC estão no primeiro debate.
“Vamos focar em ferramentas preditivas inovadoras, que trazem a probabilidade de eventos extremos com até 12 meses de antecedência, permitindo um melhor planejamento estratégico”, diz Thomas Martin, cofundador da MeteoIA. Já Renato de Andrade Paes, CTO da Sipremo SRC, ressalta que pretende “destacar a importância de integrar inteligência artificial e análise preditiva na construção de estratégias resilientes para um futuro mais sustentável”.
A segunda discussão tecnológica contará com as startups de monitoramento de riscos climáticos Audsat, Umgrauemeio e Cittua.
“Quero contribuir com uma perspectiva prática e colaborativa, discutindo como podemos avançar na prevenção, mitigação e adaptação aos desafios climáticos”, comenta Murilo Augusto de Oliveira, CEO da Audsat. Já Victor Azevedo, CEO da Cittua, reafirma a importância “do segmento de seguros, bastante atingido nos últimos anos pelos eventos climáticos extremos, abrir uma agenda para discutir e buscar soluções junto à sociedade.”
Fonte: CQCS