Arrecadação do produto passou de R$ 31,6 milhões em 2023 para R$ 54,4 milhões em 2024 Demanda por seguro na pecuária praticamente dobrou nos últimos cinco meses, diz CNseg Arrecadação do produto passou de R$ 31,6 milhões em 2023 para R$ 54,4 milhões em 2024

A necessidade de proteger investimentos e garantir a estabilidade da produção motiva os pecuaristas a adotar seguros como uma medida preventiva essencial. Um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostrou que a procura pelo Seguro Pecuário avançou 71,9% nos primeiros cinco meses deste ano, passando de R$ 31,6 milhões em 2023 para R$ 54,4 milhões em 2024.

Goiás permanece na liderança dos estados com maior demanda pelo Seguro Pecuário, com arrecadação total de R$ 8,8 milhões e avanço de 141,0%. O estado, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o terceiro com maior quantidade de bovinos, com 24,4 milhões, ficando atrás do Mato Grosso, com 34,3 milhões de cabeças, e do Pará com 24,8 milhões.

“Enquanto o segmento rural cresceu 5% neste mesmo período, observamos que o pecuário atingiu mais de dez vezes este percentual, mostrando que é um segmento interessante para o mercado e, por outro lado, que os pecuaristas estão preocupados em buscar proteção”, afirma Daniel Nascimento, vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).

Em contrapartida, o total pago em indenizações pelo Seguro Pecuário representou uma queda de 33,9%, totalizando R$ 7,8 milhões. Nascimento explica que “a estabilização dos preços do boi foi a principal causa da redução no pagamento dos sinistros”.

O Seguro Pecuário, além de indenizar o produtor em caso de morte dos animais, também pode ser acionado quando os preços ao produtor caem abaixo de um limite mínimo acordado com a seguradora. Isso reduz o risco em períodos de alta volatilidade, funcionando de maneira similar a uma operação de hedge. No entanto, a diferença é que o seguro pecuário exige que o produtor tenha animais vivos para vincular à apólice. Há, ainda, uma opção de seguro para as pastagens.

As pastagens são fundamentais para a pecuária nacional, assim como a agricultura. A Embrapa estima que o país tenha mais de 177 milhões de hectares de pastagens que servem para alimentar o gado e estão diretamente relacionadas ao rendimento dos rebanhos. No Brasil, cerca de 95% da carne bovina é produzida em regime de pastagens, logo, os eventos climáticos podem acarretar a redução da qualidade dos pastos, que se tornarão menos proteicos, mais fibrosos e, portanto, de digestão mais demorada.

 

Fonte: UAGRO – Universo Agro