Durante o ano de 2013, o DPVAT pagou mais de 633,8 mil indenizações, o que representa um montante de R$ 3,6 bilhões. Isso significa que a administradora de seguro pagou uma indenização a cada cinco minutos úteis ao longo do ano, informou em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (11). A quantidade de pagamentos é 25% superior à registrada de 2012.
Segundo dados da administradora, os casos de invalidez permanente continuam a representar a maioria das indenizações pagas pelo seguro no ano, com 70% ou 444,2 mil casos. As despesas médicas totalizaram 21% (134.872) e as mortes, 9% (54.767). Contudo, na comparação com 2012, as despesas médicas apresentaram o maior crescimento anual, com alta de 42%. Invalidez permanente cresceu 26% e as indenizações por morte diminuíram 10%, passando de 60.752 em 2012, para 54.767, em 2013.
“A redução de morte é um dado que temos de comemorar”, disse o diretor-presidente da seguradora, Ricardo Xavier, acrescentando que a retração é justificada por iniciativas de fiscalização do governo, como a Lei Seca, e redução da velocidade máxima em algumas avenidas do País, além dos equipamentos de segurança. “A diminuição de indenizações por morte impactou nas ocorrências de invalidez permanente e despesas médicas, porque a pessoa que acabou sobrevivendo no acidente de trânsito teve de recorrer ao seguro por outros motivos.”
Vale lembrar que o seguro DPVAT é pago para qualquer vítima de trânsito no Brasil, sendo pedestre, passageiros e motoristas, em qualquer veículo automotivo (motocicletas, carros e veículos coletivos). Os pagamentos das indenizações em 2013 referem-se às ocorrências no período e em anos anteriores, já que os acidentados ou herdeiros (de acidentes fatais) podem recorrer ao seguro por até três anos após o ocorrido.
Perfil das vítimas
Segundo o diretor-presidente, os dados das indenizações em 2013 mostram que as vítimas têm entre 18 e 34 anos, são do sexo masculino e motoristas, predominantemente, de motocicletas. “Cerca de 60% das indenizações pagar por vítima foram para motoristas que dirigiam motocicletas. As motos mudaram o cenária nos últimos anos. Nos primeiros estudos, a maioria vítimas era os pedestres”, ressaltou Xavier.
Entre as outras vítimas, 22% foram os pedestres e 18%, os passageiros. Por distribuição de veículos, os carros seguem na segunda posição com o maior número de indenizações em 2013, com 24%, os caminhões com 3% e os ônibus e micro-ônibus, 2%. O estudo também revelou que o maior número de acidentes acontece ao anoitecer, entre 17h e 20h. “Normalmente, é o horário em que está escurecendo e a visão do motorista fica ofuscada”, explicou o executivo do DPVAT.
Iniciativas para diminuir acidentes de trânsito
O evento contou com a participação do presidente da Frente Parlamentar Em Defesa do Trânsito Seguro da Câmara dos Deputados, o deputado federal Hugo Leal. Segundo Leal, o País tem uma das melhores leis de trânsito do mundo, mas falta fiscalização. “Os números de acidentes não vão diminuir enquanto não houver uma fiscalização efetiva e iniciativas para aumentar a consciência do motorista no trânsito”, explicou.
Para isso, Leal coordena alguns projetos que estão tramitando no Legislativo para mudar a realidade do trânsito brasileiro. Uma delas está atrelada à educação do condutor. “Temos uma comissão que está negociando com as autoescolas e CFCs [Centro de Formação de Condutores] para melhorar a formação dos futuros motoristas.”
Outro projeto que está sendo discutido tentará incrementar metas de diminuição de acidentes aos profissionais de órgãos responsáveis pelo trânsito regional, como a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). “Quem não cumprir as metas estarão sujeitos à punição”, concluiu Leal.
Fonte: Infomoney