Reportagem especial em vídeo mostra expansão do setor de seguros em várias camadas da população, mas desafio ainda é grande
Um curto-circuito na rede elétrica destruiu a casa e o salão de beleza de Aléxia Coimbra, que funcionava no mesmo lote, em Belo Horizonte. O fogo consumiu todos os cômodos e o espaço de trabalho da empresária, em fevereiro deste ano. O prejuízo estimado passou de R$ 1 milhão. “Em 30 minutos não dava para ver nada. Fiquei desesperada e a sensação de ver o fogo e não poder fazer nada é muito ruim”, relembra Aléxia.
O local tinha passado por uma reforma recente e não tinha seguro. “Em setembro, eu troquei o piso, reformei o banheiro, comprei móveis novos, gastei R$ 15 mil. É uma tristeza muito grande ver um sonho sendo devorado pela chama”, lamenta a empresária.
Cultura do seguro
O seguro residencial, ao contrário dos condomínios, não é obrigatório no Brasil, mas a procura tem aumentado nos últimos anos. Um levantamento da Federação Nacional de Seguros Gerais revela que quase 13 milhões de lares estão protegidos atualmente. Entre 2017 e 2021, houve um crescimento de contratos, mas o número é pequeno quando comparado ao total de residências no país.
A vice-presidente da comissão de riscos patrimoniais da Federação Nacional de Seguros Gerais, Magda Truvilhano, afirma que em 2017, 13,6% das residências tinham seguro. Em 2021, esse número aumentou para 17%. “Então, nós temos 83% dos imóveis, seja um apartamento ou uma casa, que não tem seguro residencial”.
Fiscalização para evitar tragédias
Os bombeiros não têm responsabilidade legal para fiscalizar imóveis residenciais. A regra vale apenas para áreas de uso coletivo dos condomínios. Apesar da legislação, ao contratar um seguro residencial, vários itens de segurança são observados e exigidos pelas seguradoras e essa prática é vista pelas autoridades como um estímulo à prevenção.
“Não basta eu fazer o seguro do meu imóvel. Ele tem que oferecer as condições adequadas para que a seguradora pague o prêmio, né? Então, eu tenho que estar com todas as medidas de segurança adequadas e as manutenções em dia”, esclarece o tenente-coronel Frederico Pascoal, chefe do Centro de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
Além do desafio de desmitificar a ideia de seguro é um luxo, o setor se esforça para despertar na população a importância de proteger os bens e vidas.
“A cobertura de incêndio é a que as pessoas menos se preocupam, porém, é o evento que mais causa perdas. O seguro residencial é customizável. Talvez, o que falta é comunicação, é informar sobre os benefícios que o seguro tem. Independentemente de classe, tipo de imóvel”, reforça a vice-presidente.
Depois do prejuízo milionário, Aléxia alugou um novo imóvel para recomeçar o negócio, desta vez, com seguro. “A gente acha que é um valor alto, quando você divide isso por 12 meses acaba dando para pagar. É um valor muito pequeno comparado ao que você pode perder. Agora é seguir em frente, de cabeça erguida”.
Fonte: Itatiaia