O Sincor-SP realizou quarta-feira (28) mais uma edição do Encontro de Lideranças dos Corretores de Seguros, um espaço reservado para os líderes das entidades representativas do setor discutirem estratégias e situações que promovam melhorias no dia a dia da categoria.

O 7º Encontro de Lideranças dos Corretores de Seguros aconteceu desta vez de maneira totalmente online e o vídeo do evento pode ser conferido, na íntegra, em https://www.youtube.com/watch?v=XC82Q7iJvOk

Neste formato, o evento contou com a interação dos 30 diretores regionais e de lideranças de entidades representativas como a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Associação das Empresas de Assessorias e Consultorias de Seguros de São Paulo (Aconseg-SP), Clube dos Corretores de Seguros e São Paulo (CCS-SP), Clube dos Corretores de Seguros do ABC (CCABC), Clube dos Corretores de Seguros de Osasco e Região (CCSOR), Clube dos Corretores de Seguros da Costa da Mata Atlântica (CCS Mata Atlântica) e União dos Corretores de Seguros (UCS).

“O Sincor-SP apoia e acredita que somente com as entidades unidas, trabalhando em conjunto, será possível construir um futuro ainda mais próximo para todos”, afirma Boris Ber, presidente do Sincor-SP.

Aproximação com a Susep

O ponto alto do evento foi a participação do diretor Técnico da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Carlos Queiroz.

Questionado por Boris Ber sobre o momento do setor, Queiroz disse que vê com muito otimismo onde estamos e para onde vamos. “Nosso mercado tem crescido muito há muitos anos e tem potencial para crescer mais. Nosso relatório Síntese Mensal observa que o mercado cresceu mais de 9% no ano de 2023, período em que devolveu à sociedade mais de R$ 220 bilhões em indenizações, resgates e sorteios. Isso é um reforço imenso para a economia, é o cumprimento do papel social do nosso mercado”, declarou.

“Vemos com otimismo a entrada de novos players que procuram a Susep para formalizar seus negócios. É momento de muito trabalho, otimismo e confiança, mas queremos mais. Nosso superintendente Alessandro Octaviani tem direcionado a autarquia para desenvolver mais a cultura do seguro no país, com o fomento às atividades securitárias. Está em nosso Plano de Regulação desenvolver em 2024 uma Política Nacional de Acesso ao Seguro e é disso que precisamos, o Brasil ainda tem muitos riscos que precisam ser segurados, por isso estamos atuando em várias frentes estruturantes para desenvolver o mercado”.

O convidado também abordou o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PMDS) encabeçado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e que tem a participação de todo o setor. “O PDMS foi uma iniciativa da CNSeg e que ganhou adesão de seus seguradores e também dos corretores de seguros, por meio da Fenacor. O projeto foi apresentado para mim enquanto superintendente interino e vemos que todas as ações do PDMS são aderentes ao que queremos para o mercado. A CNseg conseguiu fazer um plano e agora precisamos executar. Já estamos trabalhando, algumas propostas já saíram do papel e temos tudo para comemorar os resultados ao longo do tempo”.

A Susep também tem sua pauta. “O programa da Susep está sendo composto por esta Política Nacional de Acesso ao Seguro; pelo desenvolvimento de uma Política Nacional de Resseguro, para que as seguradoras tenham segurança para colocar seus riscos, aumentando sua capacidade; estamos também em uma agenda muito alinhada com o Ministério da Fazenda com relação à transição ecológica, a Susep pretende regulamentar e espera que sejam criados produtos com selo sustentável; e a Susep está muito preocupada com a questão da segurança cibernética, está também em nosso Plano de Regulação o desenvolvimento de uma Política de Segurança Cibernética, porque tecnologia é fundamental, mas os direitos têm que ser respeitados, os dados que o consumidor entrega ao corretor precisam estar protegidos”.

No trabalho pelo desenvolvimento em conjunto com todo o setor, Queiroz destacou as consultas públicas da Susep. “A consulta pública é um atendimento ao princípio da democracia. Os servidores da Susep têm uma experiência técnica e fechada dentro da autarquia, precisamos ouvir a sociedade para entender como o mercado está funcionando, é fundamental a participação dos seguradores e dos corretores, que são os representantes dos consumidores. Todas as sugestões são avaliadas e nossos técnicos têm o dever de responder se vão ou não acatar, até propor alternativa a partir da sugestão recebida. A Susep deve lançar ainda este semestre um novo sistema para as consultas públicas para facilitar a participação popular”. O presidente Boris enfatizou que as Comissões Técnicas do Sincor-SP podem ser a ponte dos corretores para levar as sugestões à autarquia.

Boris Ber pediu a visão da Susep sobre a atuação da Câmara de Mediação e Conciliação do Sincor-SP (CâmaraSIN). Carlos Queiroz, que tem formação em Direito, disse que a justiça multiportas é grande aliada do judiciário. “A justiça brasileira tem sido um gargalo para a economia, pois o poder judiciário não dá conta de resolver todos os processos na velocidade necessária. Por isso as câmaras oferecem facilidade para resolver conflitos e chegar a um consenso. Outro diferencial [da CâmaraSIN] é que o contrato de seguro é muito específico, com muitas particularidades, e nem sempre o membro do poder judiciário está preparado para todas essas especificidades”.

Um tema bastante solicitado pela audiência do evento foi a proteção veicular. “Esse é um assunto delicado porque as associações de proteção veicular se tornaram um fenômeno. Aproximadamente 8 milhões de veículos estão nesse sistema, que gira em torno de R$ 15 bilhões e já chegamos próximos de 3 mil entidades que praticam essa atividade. É um fenômeno que foge ao controle do estado”, revelou. “Nosso entendimento é que essas empresas não deveriam funcionar sem a supervisão e fiscalização da Susep, deveriam respeitar o regramento necessário para conferir proteção à sociedade. Existem projetos de lei que têm o objetivo de conferir legalidade a essas instituições e colocá-las sob a supervisão da Susep. A proposta do governo no ano passado era transformar essas empresas em cooperativas de seguros. É preciso regularizar essas entidades de forma a dar proteção às pessoas. A Susep tem contribuído com essa discussão, mas a palavra é do poder legislativo, e acredito que essa atividade pode vir a se integrar ao mercado de seguros”. Ele explicou ainda que a Susep já abriu centenas de investigações a essas atuações, bilhões de reais em multas já foram aplicadas, e o corretor que atuar com empresa ilegal pode ser penalizado.

Por fim, abordou o tema open insurance. “O mundo dos dados abertos é uma inovação que pode causar uma revolução nas relações econômicas. Não sabemos se irá mesmo causar, mas é uma ideia fantástica, uma questão estruturante do nosso mercado que tem potência muito grande”, disse. “Quando o open insurance estiver ligado ao open finance, os dados dos consumidores poderão gerar conhecimento para o mercado e soluções para o cliente, seja, B2B ou B2C, dentro desse regime de consentimento e observada a LGPD. As possiblidades são infinitas. O open insurance é novo, assim como as seguradoras e os corretores a Susep está conhecendo conforme vai se desenvolvendo. Para esse sistema funcionar, as Sociedades Processadoras de Ordem do Cliente (SPOC), onde participam os corretores, são fundamentais, porque precisa ter alguém para consumir informações e ofertar soluções”, concluiu.

Atualização sobre iniciativas do Sincor-SP

Na abertura do evento, diretores executivos do Sincor-SP trouxeram informações sobre ações em desenvolvimento e novidades preparadas para os corretores de seguros.

A 1ª vice-presidente do Sincor-SP, Simone Fávaro, falou sobre a reestruturação do Disque Sincor, departamento que auxilia o corretor em dificuldades com as seguradoras, junto com as áreas Técnica e Jurídica. ‘Aqui não tem carteirada do Sincor-SP, é tudo feito certinho, com respaldo. E em 2023 tivemos o índice de 86% de reversão de problemas”, contou. Também abordou o trabalho da Comissão Intersindical, que reúne representantes dos corretores do Sincor-SP e dos seguradores do SindSeg SP para debater melhorias para o mercado. E falou também sobre o ConectaCor, que está sendo modernizado com o uso de inteligência artificial. Desde seu lançamento, há um ano, o ConectaCor vem sendo alimentado por respostas de dúvidas dos corretores de seguros, criando uma base de dados com informações assertivas e confiáveis, com a IA o serviço será ainda mais rápido e seguro.

O 2º vice-presidente, Braz Romildo Fernandes, falou sobre a área de Benefícios, mostrando que com a economia em descontos em serviços conveniados o corretor de seguros tem a sua mensalidade do Sincor-SP “gratuita”. “Se colocar na calculadora tudo o que economiza com o que oferecemos, está paga a mensalidade”, disse. Também comentou que o sindicato tem buscado apresentar diversas opções de benefícios para reter e ganhar associados. “Estamos incentivando a chegada de mais benefícios regionais, com o auxílio dos nossos diretores. Temos opções para todos os gostos em relação a: atividade profissional (serviços para abertura de empresa, gestão, auxílio técnico em seguros); lazer (colônia de férias, hotéis e pousadas); seguros (vida – gratuito e opção complementar), RC, previdência etc; informação – Estadão, notícias especializadas concentradas no aplicativo Sincor Digital, TV Sincor-SP”, relatou. “O Sincor-SP não para, porque nosso objetivo é fazer sentido no dia a dia dos corretores”.

O 1º secretário, Marcos Abarca, apontou que o Sincor-SP tem investido em especialização para os corretores de seguros. “Nossa equipe de colaboradores está debruçada na organização desses encontros. Também estamos oferecendo cursos de alto nível em parceria com a Escola de Negócios e Seguros (ENS)”. Ele comentou sobre os eventos neste ano: Fórum de Oportunidades, com um tema central e grandes executivos do mercado em várias regiões do Estado; Voz do Corretor Empreendedor: encontros de networking realizados em cada Regional com grandes resultados para a categoria; Encontros de Corretores Empreendedores, também acontecendo em todas as Regionais, com edição especial comemorativa ao Dia do Corretor de Seguros e aos 90 anos do Sincor-SP.

Rogério Freeman, 2º secretário, destacou que o Sincor-SP hoje soma quase 11 mil associados e precisa aumentar esse quadro para garantir a representação da categoria no futuro. Ele também é o diretor responsável pela área de Comunicação, e explicou que foi contratada uma agência para dar foco nesse objetivo e trazer mais associados. “Estamos com um apelo maior nas redes sociais, com campanhas de engajamento. Também utilizando ferramenta de CRM, com funil de vendas para maior assertividade no público”, disse. “Contamos com as entidades para nos ajudar a replicar a mensagem aos corretores. Esse trabalho precisa ser em conjunto para benefício de toda a categoria”.

O 1º tesoureiro, Edson Fecher, falou sobre os trabalhos jurídicos que envolvem o Sincor-SP e o empenho financeiro para manter as contas em dia e com transparência aos associados. “Iremos lançar nos próximos dias uma Consultoria Contábil totalmente gratuita. O associado poderá agendar sua reunião online e tirar dúvidas contábeis. Já tivemos algo semelhante no passado, mas só contemplava os corretores da capital, agora todo o Estado poderá utilizar”.

O 7º Encontro de Lideranças dos Corretores de Seguros teve o apoio das empresas Bradesco Seguros, Capemisa Seguradora, Porto Seguros, Tokio Marine Seguradora.

 

Fonte: Fenacor