A presença da indústria de seguros no setor de entretenimento, especificamente nos campos de jogos e esportes, é profundamente influenciada pela adoção de tecnologias inovadoras. À medida que o cenário do entretenimento evolui, essas indústrias buscam integrar avanços tecnológicos para otimizar operações, gerenciar riscos e aprimorar a experiência dos envolvidos.
A análise de dados na ficção, no esporte e em seguros
O ponto em comum entre esses diferentes universos está na quantidade de dados que se pode ter neles. Assim como o setor de seguros, o beisebol é um esporte considerado um tremendo gerador e consumidor de dados, com algumas informações que datam de mais de um século. “Moneyball” é um filme baseado em eventos reais que ocorreram no mundo do beisebol. Ele narra a história de como o gerente geral do time de beisebol Oakland Athletics, Billy Beane, utilizou análises estatísticas avançadas para formar uma equipe competitiva, apesar de ter recursos financeiros limitados em comparação com outros times da Major League Baseball (MLB).
Como tudo isso entra em convergência com seguros?
O ponto de convergência entre o filme e o ramo de seguros é que, da mesma forma que na história do filme, o setor de seguros tem muito a ganhar quando utiliza uma abordagem de tomar decisões baseadas em análise de dados. Tal como Billy Beane usou estatísticas para identificar jogadores subvalorizados e construir uma equipe competitiva, as companhias também podem se beneficiar da análise de dados para avaliar riscos, definir prêmios, otimizar suas operações e, ainda, montar uma equipe competitiva – Já que a tecnologia tem um papel importante na atração e retenção de talentos em seguros. Assim, similarmente à abordagem de “Moneyball”, as seguradoras podem utilizar tecnologias como aprendizado de máquina e inteligência artificial para aprimorar suas capacidades analíticas e melhorar a eficiência na gestão de riscos.
Os esportes eletrônicos são uma grande oportunidade para o setor de seguros
Dentro da indústria de esportes, um ramo que ganhou mais força durante a pandemia de Covid-19, foi a de esportes eletrônicos. Com as escolas fechadas e as aulas remotas, muitos jovens acabavam passando o tempo livre na internet, o que consequentemente aumentou o consumo de jogos. Com isso, inúmeros brasileiros têm ingressado na comunidade de jogadores digitais, desde março de 2020. A Pesquisa Game Brasil 2022 revela que aproximadamente 74,5% da população no Brasil demonstra afinidade por jogos eletrônicos, representando um aumento de 2,5% em comparação com anos anteriores. Conforme a Towergate, seguradora de esportes e jogos, a indústria de jogos competitivos de esportes eletrônicos está prosperando e com receitas anuais superiores a £ 1 bilhão e públicos atingindo mais de 500 milhões de pessoas. Além disso, a faixa etária predominante de usuários destes tipos de jogos é de 25 a 34 anos (25,5%), em seguida os jovens de 16 a 24 anos (17,7%). Ou seja: os esportes eletrônicos são uma grande oportunidade para o setor, já que movimentam receitas bilionárias e possuem uma faixa etária abrangente. Portanto, é indispensável que a indústria de seguros esteja atenta para garantir que coberturas adequadas e personalizadas estejam em vigor.
Transações que utilizam blockchain potencializam a indústria de jogos
O Finance Magnates compartilhou uma novidade que pode atingir a indústria de jogos através da tecnologia blockchain, que desempenha um papel fundamental na otimização dos micropagamentos nos jogos, assim como nos contratos inteligentes. Esses contratos autoexecutáveis, escritos diretamente em código, automatizam e impõem a execução de transações com base em condições predefinidas. No contexto dos jogos, os contratos inteligentes permitem aos desenvolvedores criar cenários sofisticados no jogo, desde a distribuição automatizada de recompensas até torneios descentralizados, todos alimentados por micropagamentos contínuos. “Além disso, a própria gamificação do blockchain está ganhando impulso. Algumas plataformas estão explorando formas inovadoras de fundir elementos de jogos com a tecnologia blockchain, criando experiências envolventes para os usuários. Isto poderia potencialmente levar ao desenvolvimento de plataformas de jogos descentralizadas onde os jogadores contribuem para a infra-estrutura blockchain enquanto desfrutam dos seus jogos favoritos. A sinergia entre jogos e blockchain pode ir além das transações, promovendo um ecossistema de jogos colaborativo e participativo” – revelou o portal.
Liga de Futebol Americano (NFL) utiliza IA para proteção e aprimoramento
Equipes da NFL estão adotando recursos de IA, aumentando receitas e obtendo vantagem em competições. O Insurance Innovation Reporter destacou: “Enquanto a América assiste ao jogo de domingo, os servidores em nossas nuvens entrarão em ação, liberando o poder da inteligência artificial (IA) para otimizar os resultados do jogo e nossa experiência de visualização”.
Benefícios que o uso da IA pode trazer ao esporte
Além disso, o portal acima citado listou 4 benefícios que o uso da IA pode trazer ao ser utilizado no esporte:
- Análise de desempenho do jogador : as equipes estão usando IA para analisar o desempenho de cada jogador e o risco de lesões. O aprendizado de máquina pode ir além das médias simples e avaliar grandes quantidades de dados de jogos, práticas e sessões de treinamento para identificar padrões e tendências que podem não ser aparentes para analistas humanos;
- Prevenção e Reabilitação de Lesões : A IA é empregada para monitorar a saúde do jogador e detectar sinais precoces de possíveis lesões. Dispositivos vestíveis equipados com algoritmos de IA rastreiam os movimentos, a biometria e a condição física dos jogadores para fornecer informações em tempo real. Além disso, os programas de reabilitação baseados em IA podem personalizar planos de tratamento para jogadores lesionados, acelerando o processo de recuperação;
- Recrutamento e seleção : algoritmos de IA auxiliam as equipes na observação e recrutamento de jogadores. Esses sistemas podem analisar estatísticas dos jogadores, imagens do jogo e outros dados relevantes para identificar prospectos que atendam às necessidades e ao estilo de jogo do time;
- Engajamento dos fãs : chatbots e assistentes virtuais com tecnologia de IA fornecem aos fãs acesso instantâneo a informações, compra de ingressos e experiências interativas. As ferramentas de monitoramento de mídia social usam IA para analisar o sentimento e o envolvimento dos fãs, ajudando as equipes a adaptar suas estratégias de marketing de acordo. Assim como a NFL, suas equipes de marketing e atendimento ao cliente podem usar IA para melhorar a opinião do cliente.
O papel dos seguros nos campeonatos de futebol
Os Estados Unidos, como é possível observar em diversas competições que ocorrem no mundo, é uma potência nos esportes e vem desenvolvendo mecanismos para elevar ainda mais as técnicas em jogos. Contudo, no que se refere ao futebol, o Brasil é a maior referência mundial, quando se trata de número de títulos. A interseção entre o setor de seguros e o mundo do futebol no Brasil constitui uma teia complexa de proteções, riscos e investimentos. A Copa do Mundo é um campeonato que traz enorme visibilidade para o país e seleções como a do Brasil valem bilhões de dólares e precisam de um seguro para proteger os atletas na disputa pela taça. Por este motivo, o artigo 45 da Lei 9615 /98, conhecida como Lei Pelé, determina que as organizações esportivas são obrigadas a adquirir um seguro de acidentes de trabalho. Essa medida tem como propósito proporcionar cobertura para os possíveis riscos enfrentados pelos atletas profissionais, assegurando-lhes uma compensação mínima equivalente ao montante total anual de sua remuneração acordada. Caso um clube de futebol não cumpra essa regulamentação, ele será responsável pelo pagamento de uma indenização substitutiva no caso de ocorrer um acidente de trabalho.
Projeto de lei visa garantir Seguro obrigatório para atletas amadores em competições O seguro no esporte é um assunto de destaque no momento atual, tanto pela sua importância quanto pela necessidade de maior abrangência. No dia 28 de fevereiro, a Comissão de Esporte aprovou um projeto de lei que exige que organizações esportivas contratem seguro de vida e acidentes pessoais para todos os atletas e treinadores, sejam eles profissionais ou não profissionais (ou seja, qualquer atleta que porventura participe de uma competição). Essa medida, que agora vai para a Câmara dos Deputados, visa proteger todos os envolvidos em atividades esportivas, incluindo aqueles que participam de competições olímpicas e paralímpicas nacionais. A necessidade dessa lei surgiu após a atleta Lais da Silva Souza sofrer um acidente, destacando a lacuna na legislação que só cobria atletas profissionais. A nova proposta busca corrigir essa falha e garantir segurança jurídica para atletas não profissionais.
É preciso garantir ao mundo do entretenimento a tranquilidade necessária para a continuidade dos negócios
A interseção entre a indústria de seguros e o entretenimento, especialmente nos campos de jogos e esportes, evidencia a necessidade de assegurar atletas e proteger os usuários de jogos eletrônicos, melhorando também a experiência da prática dessas atividades por meio de tecnologias. O aumento da complexidade e valor envolvidos nesses eventos demanda soluções de seguro sofisticadas para mitigar riscos financeiros e proteger os participantes, organizações e investidores. Além disso, os avanços tecnológicos, como análise de dados e inteligência artificial estão se tornando cada vez mais presentes na indústria de jogos e esportes, melhorando a maneira como são praticados. Embora os universos dos jogos e dos seguros pareçam totalmente diferentes, observa-se que a utilização de mecanismos tecnológicos são comuns em ambos os segmentos. Da mesma forma que, conforme as práticas vão sendo otimizadas através da tecnologia, garantir a segurança necessária para usuários e empresas é essencial para mitigar situações adversas e garantir ao mundo do entretenimento a tranquilidade necessária para a continuidade dos negócios.
Fonte: Insurtalks