Janeiro é o mês de conscientização da saúde mental e de alerta aos cuidados da população por meio da prevenção de doenças decorrentes do estresse, como o Burnout, que, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), afeta 30% dos trabalhadores brasileiros, perdendo apenas para os japoneses em que o índice fica em torno de 70%. Diante disso, Denise Pará Diniz, psicóloga credenciada da Omint e especialista em gerenciamento do estresse voltado à saúde e ao trabalho, comentou mais sobre o tema.
“Embora o Burnout tenha um caráter depressivo, ele não é uma depressão. Contudo, é essencial reconhecer os sintomas precocemente e procurar ajuda médica para evitar que ele evolua rapidamente para uma depressão”, comentou ela.
A psicóloga destacou que as principais características do Burnout são: alteração nos batimentos cardíacos; cansaço excessivo, físico e mental; dificuldades de concentração; dor de cabeça frequente; dores musculares; fadiga; insônia; isolamento; mudança no apetite; negatividade constante; oscilações repentinas de humor; pressão alta; problemas gastrointestinais; sentimentos de derrota e desesperança; sentimentos de fracasso e insegurança; sentimentos de incompetência.
Importante destacar que, apesar de muitas pessoas viverem rotinas estressantes, nem todo mundo desenvolve doenças decorrentes do estresse. Isso porque cada indivíduo percebe e lida com os desafios diários varia conforme fatores ambientais, comportamentais e genéticos. A Dr. Denise ressaltou que “a percepção individual e as estratégias de enfrentamento adotadas pelas organizações têm um papel fundamental na prevenção e no manejo desse esgotamento profissional”.
Apesar de a percepção individual do mundo influenciar no nível do estresse, a questão social também é relevante. Frente a isso, as empresas tem um papel fundamental no suporte aos colaboradores: “O investimento em ações internas de promoção à saúde mental pode auxiliar a prevenir problemas reduzindo os índices de absenteísmo e presenteísmo e, também, criar um ambiente de trabalho positivo, que atrai e retém talentos”.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos em decorrência de depressão, bem como ansiedade, o que resulta na perda em torno de 1 trilhão de dólares à economia global. Dessa forma, promover meios para o manejo da saúde e bem-estar fortalece ainda mais a cultura organizacional, combate uma rotina de pressão e/ou competição corporativa, fatores que podem desencadear em um burnout.
Fonte: CQCS