O Drex cruza diretamente iniciativas que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) promove internamente e, a partir da sua implementação, poderá aumentar a eficiência do SRO (Sistema de Registro de Operações), que é alimentado com dados por todas as empresas do setor (registradoras de operações de seguros, previdência complementar aberta, capitalização e resseguros), segundo Alessandro Otaviani, gestor da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Otaviani entende que a economia tokenizada, que inclui as moedas digitais com o Drex, poderá impulsionar o uso do SRO para que os contratos e serviços ofertados pelo setor de seguros sejam ainda mais transparentes. “(A tecnologia) poderá permitir que o SRO, que é basicamente o fiscalizador (nós lá na Susep), tenha todas as informações do que todas as nossas empresas fiscalizadas fazem a qualquer tempo e just in time, de qualquer contrato, qualquer movimentação financeira”, afirmou.
O SRO é um importante projeto dentro da iniciativa Open Finance em seguros que, segundo Otaviani, tem duas bases: Open Banking e Open Insurance. “Abrir essa lata e apresentar ao segurado suas opções com velocidade e portabilidade. Isso é concorrência na veia. Mais informação e velocidade nas decisões contratuais, que poderão ser feitas com um ou outro (ofertante de serviço de seguro)”, complementou.
Contudo, na visão do superintendente da Superintendência da Susep, a contrapartida da nova realidade ultraconectada e dinâmica é mais risco. A nova realidade virá com o risco de quadrilhas desenvolverem análogos ou falsificações deste mesmo ativo (tokenizado). Essa é uma questão seríssima para cuidar. E mais: como é que partes tecnologicamente mais frágeis no sistema financeiro terão que lidar com cópias deste ativo?”, provocou. Por isso, ele defendeu uma fiscalização ainda mais rigorosa sobre o setor. “Grandes poderes, grandes responsabilidades”, disse.
Apesar dos temores e dos desafios que se colocam, essa é uma discussão sem volta, para Otaviani. “A gente vai migrar para o Open Insurance e para uma regulação altamente digitalizada, capaz de falar pro segurado ‘pode ir tranquilo’. É um desafio, mas não tem volta. Nós não vamos voltar a fiscalizar em papel ou meramente as auditorias no fim de ano”, afirmou.
Fonte: InfoMoney