De acordo com informações do site G1, uma das 35 minas que a Braskem mantinha para mineração em Maceió (AL), corre risco de colapso a qualquer momento. O alerta foi feito pela Defesa Civil de Alagoas, que evacuou completamente os bairros nas proximidades. Especialista ouvido pelo Cqcs destaca possível ação do seguro no caso.
As minas são cavernas para extração de sal-gema, atividade realizada na região por décadas, até que um tremor de terra em 2018 abriu rachaduras em 5 bairros. Pouco mais de 14 mil imóveis tiveram que ser evacuados, afetando cerca de 60 mil pessoas. A Braskem interrompeu a mineração no final de 2019 e desde então vinha fazendo um trabalho de fechamento das minas.
Após 5 tremores de terra no mês de novembro, a Defesa Civil de Maceió alertou para o risco iminente de colapso na mina 18, no bairro do Mutange, próximo da lagoa Mundaú, e vem monitorando a velocidade da movimentação do solo no local. O colapso pode afetar outras duas minas vizinhas e abrir uma cratera do tamanho do Maracanã.
Em entrevista ao Cqcs, o Corretor de Seguros e CEO da TGL Consultoria, Rogério Araújo, destacou a aplicabilidade do seguro no caso. “O Seguro de Responsabilidade Civil nessa situação é fundamental, haja visto que a expectativa é de que mais de 20 mil pessoas tiveram que abandonar suas casas, empresas fecharam e mudaram de local, hospitais foram afetados, em razão do rompimento da mina. Portanto os danos materiais, morais e até possíveis danos corporais são certos. Porém existe ainda o risco de danos ambientais, e de valores muito elevados, nesse caso seguro de Risco Ambiental também seria recomendável”, disse.
O Seguro de Responsabilidade Civil (RC) é o seguro que protege financeiramente as empresas contra processos judiciais movidos por terceiros em razão de danos corporais e materiais causados acidentalmente pela empresa. Segundo Rogério, o mesmo deve fazer parte desde o planejamento de abertura da empresa, como também toda a gestão de riscos deve ser realizada, mensurada e segurada. “Todo empreendimento, todo CNPJ, atua com terceiros e a sua atividade, a simples abertura de portas, pode causar danos a terceiros, portanto essa relação tem que estar assegurada. O Seguro de Responsabilidade Civil é importante, essencial, não somente em razão dos riscos financeiros mas também para proteger a imagem e a sobrevivência de uma empresa”, pontuou.
O especialista destaca ainda que toda apólice de seguro, mesmo a mais simples, como a de um seguro de automóvel, deve ser desenhada, estruturada de acordo com cada perfil, riscos e necessidades individuais. O correto é contratar um profissional preparado e capacitado tecnicamente para realizar uma avaliação dos possíveis riscos e principalmente mensurar a expectativa de prejuízos. Nem sempre esse profissional será o próprio corretor de seguros, mas uma equipe por ele contratada, como engenheiros, técnicos de segurança, inspetores e gestores de riscos.
“O importante é a empresa entender que é necessário uma análise e avaliação de riscos, um diagnóstico profissional, com valores mensurados e em hipótese alguma subestimar os riscos e contratar parte das coberturas e valores abaixo dos recomendados, pois agindo assim o empresário está, na verdade, assumindo o papel da seguradora e bancando parte do risco, uma espécie de autogestão dos riscos, o que eu posso te afirmar, pode sair muito mais caro, inclusive inviabilizar a continuidade do seu negócio e afetar o seu patrimônio pessoal”, concluiu Rogério Araújo.
Neste domingo (03), a Defesa Civil de Maceió (AL), afirmou, por meio de nota, que o afundamento da mina número 18 da Braskem desacelerou. Agora, o terreno cede a 0,3 centímetros por hora. No acumulado, a mina cedeu cerca de 1,70 metro. Nas últimas 24 horas, afundou 7,4 centímetros. O órgão destaca que o alerta máximo permanece.
Fonte: Segs – Portal Nacional dos Corretores de Seguros