Balanço do primeiro semestre mostra os contratos de seguros para danos Marítimos e aeronáuticos tiveram o maior crescimento: 222,6%; seguro Automóvel foi o que mais pagou indenizações, mais R$ 49 milhões no total BELÉM – O mercado de seguros arrecadou R$ 1,2 bilhão no Amazonas durante o primeiro semestre deste ano – o número desconsidera o valor com Saúde Suplementar e DPVAT. No mesmo período, o setor repassou aos segurados R$ 289 milhões em indenizações, benefícios, resgates e sorteios.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (22), em Belém (PA), durante um encontro setorial com representantes de seis estados da Região Norte, promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e pelo Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (SindsegNNE).
Nos estados do Pará, Amazonas, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá a soma da arrecadação no setor passou dos R$ 4 bilhões entre janeiro e junho deste ano.
O balanço nacional mostra que, no período, o mercado segurador teve alta de 8% na comparação com 2022, arrecadando R$ 181,8 bilhões em seguros, contribuições em previdência e faturamento em capitalização. Já o volume em pagamentos cresceu 2,9%, totalizando R$ 115,5 bilhões.
Tipos de seguros em alta no Amazonas
No Amazonas, o destaque no primeiro semestre de 2023 foi para o seguro de “Danos e Responsabilidades” para “Marítimos e Aeronáuticos”, que arrecadaram R$ 7,6 milhões, um crescimento expressivo de 222,6%.
O seguro “Patrimonial”, que congrega o seguro “Condomínio” e o “Residencial”, avançou 50,3%, arrecadando R$ 118 milhões. O segmento de “Crédito e Garantia” teve alta de 13,9% e registrou R$ 33,8 milhões. A “Capitalização” também apresentou desempenho positivo, com crescimento de 10%, totalizando R$ 115,6 milhões.
Nos repasses, que somam R$ 289 milhões, o produto que mais pagou no período foi o seguro “Automóvel”, superando os R$ 49 milhões.
O tamanho do setor
Dados do SinsegNNE, mostram que, na região de abrangência da entidade, o Amazonas é o segundo estado com maior participação na arrecadação, com 28,9%, atrás do Pará, que registra 43,9%.
Em relação à participação no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, o marcado segurador representa apenas 1,6% do total, bem atrás dos dados nacional, onde a fatia do setor chega a 6,2%.
A discrepância, em parte, conforme o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, é explicada pelo modelo de análise: o indicador do PIB quantifica o total de riquezas produzidas no local e não quanto dela fica no estado e, no caso do Amazonas, a produção da Zona Franca de Manaus pode distorcer a compreensão real do peso do setor na economia local.
Oliveira destacou que o setor pretende aumentar a participação no mercado, alcançando novos públicos. Nas palavras dele, o mercado segurador ainda é muito elitizado e, para ampliar as coberturas, precisará se popularizar, deixando de lado o “segurês”, um vocabulário usado no meio segurador que o público em geral não compreende.
As metas estão descritas no Plano de Desenvolvimento de Mercados de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS), elaborado pela CNseg.
Pelo plano traçado pela confederação, o setor deverá atingir 10% do PIB nacional em 2030, com um aumento de 20% da população atendida. O PDMS também estima elevar os pagamentos dos atuais 4,6% para 6,5% do PIB.
Para alcançar novos públicos, uma das estratégias que vem sendo adotada, segundo Oliveira, é a criação de produtos mais acessíveis.
Fonte: A Crítica Online – Manaus