O aumento da frequência de temporais, chuvas intensas e ventanias em diversas regiões da Bahia tem ampliado a busca por medidas de proteção patrimonial por parte da população. Diante de fenômenos meteorológicos cada vez mais severos, impulsionados por mudanças climáticas, cresce o interesse pelo seguro residencial, modalidade que oferece cobertura para diversos tipos de danos ao imóvel e aos bens que estão dentro dele.

 

Na Bahia, os dados refletem essa tendência. Em 2024, os seguros residenciais movimentaram R$ 126,4 milhões no estado, representando um crescimento de 15,8% em relação ao ano anterior, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). Em âmbito nacional, a modalidade registrou arrecadação de R$ 6 bilhões no mesmo período, o que representa um aumento de 16,5%.

 

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que chuvas intensas continuem ocorrendo com frequência ao longo do primeiro semestre de 2025, inclusive em estados do Nordeste. A expectativa de novas ocorrências climáticas extremas tem levado mais moradores a buscar proteção para seus imóveis, tanto em áreas urbanas quanto no interior.

 

Foi o caso do servidor público Reinaldo Nunes, morador do bairro de Brotas, em Salvador. Após ter parte do telhado danificado por uma forte ventania no início do ano, ele decidiu contratar um seguro residencial. “Nunca tinha pensado em ter um seguro. Mas depois do prejuízo que tive com a reforma, vi que não dá mais para contar só com a sorte”, relatou.

 

Para o presidente do Sindicato das Seguradoras da Bahia, Sergipe e Tocantins, Paulo Cesar Martins, a conscientização da população sobre os riscos climáticos e estruturais tem avançado. “Coberturas como vendaval e danos elétricos têm sido constantemente procuradas pelos segurados em virtude dessas mudanças climáticas. O seguro residencial é um importante instrumento de proteção dos lares e das famílias”, afirma.

 

Além da proteção contra eventos naturais, o seguro residencial contempla outras ocorrências recorrentes, como incêndios, explosões, danos elétricos, problemas hidráulicos, roubo, furto e até invasões. Com o crescimento urbano e a ampliação do acesso à moradia, o serviço tem ganhado espaço como uma alternativa eficiente para garantir segurança e suporte diante de imprevistos cotidianos.

 

Crescimento do setor está relacionado ao desempenho positivo do mercado imobiliário

 

O crescimento do setor também está relacionado ao desempenho positivo do mercado imobiliário. Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), as vendas de imóveis novos cresceram 11,8% em 2024, totalizando mais de 186 mil unidades comercializadas em todo o país. O aumento no número de novos proprietários naturalmente eleva a procura por formas de proteger o patrimônio recém-adquirido.

 

Outro atrativo é a inclusão de assistências 24 horas nos contratos, como chaveiro, encanador, eletricista e pequenos reparos. Esses serviços agregam valor à apólice e são percebidos como um diferencial importante. “Além das coberturas tradicionais, o consumidor passou a ver o seguro como uma forma de apoio rápido em emergências do dia a dia”, explica Marcos Lira, corretor de seguros especializado em Salvador.

 

Nacional

 

Apesar do crescimento, o seguro residencial ainda é pouco difundido no Brasil. Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam que menos de 17% das residências no país possuem algum tipo de apólice ativa. O número é considerado baixo, principalmente diante da exposição crescente da população a riscos ambientais e estruturais.

 

Diante desse panorama, o crescimento da contratação de seguros residenciais na Bahia sinaliza não apenas uma resposta às mudanças climáticas, mas também uma transformação no comportamento do consumidor, que passa a reconhecer a importância de proteger o imóvel contra diferentes ameaças – naturais, acidentais ou criminosas.

 

Fonte: Tribuna da Bahia On-line