A crise climática já faz parte do cotidiano, e o setor de seguros tem um papel estratégico nessa adaptação. Para Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), além de absorver os prejuízos causados por desastres naturais, o segmento pode contribuir na gestão de riscos e no financiamento de projetos sustentáveis, ajudando o Brasil a enfrentar os desafios dessa nova fase da transição climática.

Como uma das apoiadoras, a CNseg participou ativamente ao discutir as mudanças climáticas e os impactos no setor de seguros. O presidente da Confederação destacou a necessidade de investimentos para mitigar os efeitos climáticos e ressaltou a sinergia entre a economia e o setor, alinhando-se à agenda econômica do país para enfrentar os desafios futuros. “Há claramente uma grande sinergia entre a atividade econômica e o setor de seguros”, destacou Oliveira. “Precisamos estar conectados nessa agenda e compreendendo quais são os caminhos que a economia brasileira vai tomar e quais são os impactos disso para o setor de seguros”, acrescentou. 

A frequência de eventos climáticos extremos no Brasil tem aumentado significativamente nos últimos anos, e isso é um reflexo direto das mudanças climáticas. O país tem enfrentado uma combinação de secas mais prolongadas e chuvas intensas, além de ondas de calor e incêndios florestais. Estudo do INPE aponta que, desde 1960, o número de dias consecutivos sem chuva aumentou consideravelmente, especialmente no Nordeste e no Centro-Oeste, com as secas sendo mais severas nos últimos anos

De acordo com o presidente da CNseg, a questão climática hoje é uma emergência global. Oliveira pontuou que já foi iniciada uma segunda fase da transição. A primeira, marcada pelo aumento de 1,5°C, não pode mais ser revertida, dadas as condições geopolíticas, econômicas e demográficas atuais, segundo ele. Agora, é crucial focar na adaptação a essa nova realidade.

“O setor de seguros tem três papéis extremamente relevantes dentro desse processo de adaptação”, afirmou Oliveira. Em primeiro lugar, ele absorve riscos e indeniza perdas, permitindo que a sociedade recupere seu patrimônio e capacidade produtiva. Em segundo, exerce a gestão de riscos, usando sua expertise para minimizar danos e fortalecer infraestruturas. Por fim, atua como investidor, direcionando recursos – que já financiam 25% da dívida pública – para apoiar projetos sustentáveis e a transição ecológica.

Os ministros Fernando Haddad e Simone Tebet têm implementado medidas rigorosas para controlar as despesas e melhorar a situação fiscal do país, com foco na redução dos gastos tributários e no equilíbrio das contas públicas, afirmou o presidente da CNseg. Esse esforço busca promover melhorias incrementais na consolidação fiscal, em meio a um cenário de desafios políticos e econômicos crescentes.

Oliveira destacou a importância dessa trajetória, pontuando que: “o grande desafio hoje é continuar o processo de consolidação fiscal, com a redução proporcional das despesas em relação ao PIB”. Com ampla experiência na área, ele enfatizou que, para atingir a estabilização – ou até a redução – da dívida pública, é preciso perseverar na busca pelo equilíbrio das contas, mesmo diante de um contexto político particularmente difícil.

Confira a participação da CNseg no “Rumos 2025″: 

https://cqcs.com.br/galeria/cnseg-marca-presenca-no-seminario-rumos-2025/

Fonte: CQCS