Uma das três pessoas indiciadas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco) por crimes de estelionato, furto qualificado mediante fraude e associação criminosa, a influencer Monique Elias Palhares, ex-mulher do empresário Itamar Serpa Fernandes, fundador da empresa Embelleze, é suspeita de chefiar um esquema que causou um prejuízo estimado em R$ 122.402.322,15 aos herdeiros do espólio de Serpa.
O empresário morreu no dia 18 de julho de 2023, aos 82 anos, após não resistir a uma cirurgia. Entre as fraudes apontadas na investigação, estão duas apólices de seguro de vida, no valor total de R$ 28,3 milhões, onde Itamar coloca Monique como beneficiária.
Advogada é acusada de desvio milionário nas contas de ex-marido Segundo a polícia, há indícios de uma alteração dos beneficiários originais do seguro, que teria sido feita por Itamar por influência de Monique, em 2017. Ele e a influencer passaram a morar juntos em 2012, e se separaram em 2020. Para mudar decisões financeiras do empresário, segundo a polícia, Monique Elias criou um personagem virtual, que se apresentava como Jéssica Ferrer. Visando influenciar psicologicamente a vítima, Jéssica falava com Serpa de forma doce e atenciosa, se comunicando com o fundador da Embelleze apenas por e-mails. Nas correspondências eletrônicas, ela escrevia que precisava falar verdades para alertar o empresário. A trama acabou afastando Itamar dos seus filhos e de seus amigos.
Além da suposta mudança de beneficiários do seguro de vida de Itamar, a influencer também teria conseguido, mediante manipulação psicológica por e-mails da personagem virtual, que a vítima a beneficiasse em um testamento com mais de R$ 74 milhões em cotas da empresa Embelleze, avaliada em R$ 292 milhões.
E não é só. Um relatório da investigação, assinado pelo delegado João Valentim, da Draco, informa que Monique Elias Palhares recebeu 140 transferências bancárias, entre 2019 e 2023, totalizando um valor de R$ 4.459.278,37. Ela também teria recebido do empresário bens de alto valor, como um apartamento na Barra da Tijuca e uma fazenda localizada em Valença, no Sul Fluminense, esta última comprada em nome de Monique, em 2013. As duas propriedades são avaliadas em mais de R$ 12 milhões.
– Ela (Monique) idealizou uma estratégia prolongada de manipulação no isolamento praticada contra Itamar Serpa. Por meio dos e-mails, ela conseguia tudo o que queria – explicou o delegado João Valentim, da Draco.
Itamar tinha 71 anos quando o mais velho dos seus então quatro filhos morreu num acidente automobilístico, em Rio Bonito, em 2011. A partir deste momento, segundo sua família divulgou em uma reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, ele teria ficado fragilizado. Em 2012, ele passou a viver com Monique, que na época tinha 31 anos. A união, que tinha separação total de bens, foi oficializada com um casamento, celebrado em 2018, numa fazenda. A cerimônia contou com requintes de luxo, como a chegada dos noivos a bordo de uma carruagem. Em seguida, houve shows de uma dupla sertaneja, de um DJ e a apresentação da bateria de uma escola de samba.
Itamar e Monique tiveram um casal de gêmeos, mas o casamento acabou em 2020. No mesmo ano, ela assumiu um relacionamento com Matheus Elias Pereira, com quem esteve casada até o início de 2025, segundo o Fantástico. Além dela, a Draco também indiciou por crimes de estelionato, furto qualificado e associação criminosa o próprio Matheus, e João Carlos Tavares Serpa. Este último é filho de Monique, fruto de uma relação anterior à Serpa e foi assumido pelo empresário.
Serpa foi vereador de Nova Iguaçu no período de 1989 a 1994 e deputado federal pelo Rio entre 1995 e 2007. Itamar nasceu em Vitória, no Espírito Santo. O empresário exerceu diferentes ofícios antes de construir a empresa de beleza que se tornou a 5ª maior fabricante de produtos capilares no Brasil. Foi cobrador de ônibus, office boy e chegou a dar aulas de física e química. Ele trabalhou também na multinacional Bayer e foi aprovado no vestibular para estudar química.
Ele fundou a Embelleze, m Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, quando estava no último período da faculdade, no dia 8 de março de 1969
O Extra não conseguir falar com a defesa de Monique e com as defesas de Matheus e João Carlos.
A notícia de que Monique foi indiciada pela polícia foi divulgada com exclusividade pelo Fantástico no último domingo.
Ao programa exibido pela TV Globo, a influencer divulgou uma nota lamentando que “mais uma vez, uma mulher honesta, que construiu família e tem três filhos do falecido, esteja sendo vítima de uma campanha para assassinar a sua reputação e ceifar a sua dignidade, antes do devido processo legal” e que conduzirá a Justiça Brasileira a dizer não mais uma vez para a misoginia, o etarismo e tantos preconceitos sofridos pelas mulheres de todo o Brasil, fazendo com que a verdade prevaleça.
Fonte: Extra Online | Notícias