Depois de avançar 11,6% em 2024, impulsionado principalmente pelos produtos de garantia, danos e previdência privada, o setor de seguros tem grandes expectativas para 2025. Segundo o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, o mercado deve crescer 11% neste ano, mantendo o crescimento vigoroso que vem ocorrendo nos últimos anos.
Os seguros contra grandes riscos, garantia e riscos de engenharia se destacaram no Brasil devido ao aquecimento da construção civil, crescimento imobiliário, avanço econômico e o novo PAC, que prevê R$ 1,8 trilhão em investimentos. O trabalho feito pela CNseg para incluir a cláusula de step in em licitações públicas também influenciou o crescimento. Neste ano, inclusive, o governo se prepara para regulamentar novas regras do seguro garantia, exigindo apólices que cubram até 30% do valor de obras acima de R$ 200 milhões.
“O ano de 2025 começa com uma perspectiva bastante positiva. Estimamos um crescimento de 11%, em termos nominais. Acredito que conseguimos manter esse crescimento vigoroso que vem acontecendo nos últimos anos”, disse o presidente da CNseg durante o “Poder Entrevista“, programa do Poder360.
Apesar das projeções econômicas não serem otimistas, a CNseg espera um desempenho positivo do mercado. “Para 2025, vejo um mercado de commodities e de trabalho fortes com desemprego caindo e uma massa salarial crescendo a 7%”, pontuou Oliveira. “Há fatores que me levam a crer que teremos de novo uma surpresa positiva no final do ano. Esse cenário beneficia o setor de seguros. Calculamos inflação abaixo de 4% e crescimento perto de 2,5%”, acrescentou.
Previdência aberta
Também destaque em 2024, foram arrecadados R$ 196,1 bilhões em planos de previdência privada aberta no país, número 15,3% acima do acumulado no ano anterior, segundo relatório da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). “O número que tivemos no ano passado foi [gerado] principalmente pelo reflexo do crescimento da massa salarial, nível de emprego, mercado de trabalho mais vigoroso e uma redução do endividamento das famílias”, apontou Oliveira. A melhora da renda das famílias gera, por sua vez, aumento da poupança.
Atualmente, o setor acumula R$ 1,2 trilhão em reservas de participantes. No entanto, o mercado ainda tem muito trabalho pela frente: o número de pessoas economicamente ativa que possuem previdência segue sendo baixo. “O percentual ainda é muito baixo. Cerca de 15% da população economicamente ativa possui produtos de previdência aberta”, comentou o presidente da CNseg. Na comparação com outros países, esse número é disparadamente menor. Nos Estados Unidos, por exemplo, até mesmo servidores públicos têm o hábito de contratar previdência aberta.
Fonte: CQCS