Estudo técnico recentemente divulgado pela Susep destaca os impactos das chuvas torrenciais que devastaram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024, revelando uma lacuna de proteção de até 93% entre as perdas econômicas ocorridas e as indenizações pagas pelos seguros.
As perdas econômicas totais no Rio Grande do Sul foram estimadas em R$ 88,9 bilhões, segundo fontes externas apontadas pela autarquia, enquanto as indenizações relacionadas a sinistros chegaram a R$ 6 bilhões até setembro de 2024, de acordo com dados fornecidos pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). Isso posiciona o Brasil entre os países com maiores lacunas de proteção para catástrofes naturais, ao lado de China e Índia, evidenciando a necessidade de ampliar o acesso e a cobertura do seguro no país.
O estudo apontou que a maior quantidade de pedidos de indenização se concentrara em seguros de ramos como automóvel, residencial, habitacional e riscos nomeados e operacionais. Destaque também para a baixa adesão ao seguro por famílias, pequenas empresas e produtores rurais, segmentos que frequentemente ficam mais vulneráveis em eventos de grande magnitude.
Lacuna de proteção é também uma oportunidade para o setor de seguros
A lacuna de proteção securitária reflete a oportunidade de crescimento para o setor segurador brasileiro, com potencial de redução da pressão sobre os recursos públicos em situações de emergência. Iniciativas como parcerias público-privadas, incentivo à educação financeira e securitária e o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a gestão de riscos climáticos podem ser essenciais para enfrentar esse desafio.
Os resultados do estudo reforçam a urgência de um esforço coordenado entre governo, seguradoras e reguladores para aumentar a resiliência econômica e proteger a população brasileira frente aos impactos cada vez mais intensos e frequentes das mudanças climáticas.
Fonte:Sindseg SC