Valor foi revelado em estudo conduzido pela CNseg junto às empresas

O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, afirmou, nesta quinta-feira (05), em entrevista coletiva para a imprensa, que as empresas do setor que não investirem em inovação, “estarão fora do mercado em pouco tempo”. Na entrevista foram apresentados os resultados do “1º Estudo sobre Inovação no Mercado de Seguros, Saúde, Previdência Complementar aberta e Capitalização no Brasil”. A pesquisa projeta um total de investimentos da ordem de R$ 19,6 bilhões em tecnologia e inovação em 2024. “Esse valor representa algo em torno de 2,63% da receita global do setor este ano, estimada em R$ 745 bilhões”, revelou Oliveira.

No ano passado, os aportes estimados atingiram R$ 16,7 bilhões, equivalentes a 2,5% da receita global do setor, de aproximadamente R$ 669 bilhões.

O estudo aponta que 84% das empresas entrevistadas disseram ter atingido suas expectativas em termos de melhora na experiência do cliente. Outros 56% atingiram as expectativas em ganhos financeiros, sendo que para 20%, a expectativa foi excedida.

Os macroprocessos mais buscados para diferenciação, de acordo com as principais iniciativas implantadas entre 2023 e o 1º semestre de 2024 foram, pela ordem, a gestão da distribuição, backoffice (somente TI) e atendimento ao cliente.

Já as principais categorias de inovação que têm gerado diferencial:

  • Automação e Agilidade com IA – Empresas investiram em inteligência artificial (IA), machine learning (ML) e automação de processos (RPA) para otimizar sinistros, emissão de apólices e atendimento ao cliente, resultando em redução de custos, maior rapidez e eficiência operacional.
  • Inovação em Produtos e Serviços Digitais – A criação de produtos inovadores que atenderam necessidades emergentes do mercado. Plataformas digitais (APIs, apps) que trouxeram celeridade e viabilizaram o modelo plug-and-play. Melhorias incrementais, muitas voltadas para serviços simplificados e digitais melhoraram a experiência do cliente e a retenção de parceiros.
  • Dados e Insights – O uso intensivo de dados para precificação inteligente (smart pricing), governança de dados e BI, permitiu decisões mais precisas e personalizadas, aumentando a capacidade de controle, gestão e previsibilidade dos riscos e processos empresariais, além de retroalimentar a capacidade de aplicação de IA e ML.

Um dado curioso foi que em 100% das respondentes a inovação nasce de maneira descentralizada.

Não há uma estrutura organizacional única responsável pela inovação, sendo cada área responsável por sua própria inovação. Há uma área que centraliza a Inovação, com cargos e responsabilidades bem definidas, mas a origem dos projetos parte de áreas distintas, com projetos promovidos pela área de inovação.

Segundo Oliveira, esse dado pode ser interpretado como um salto de maturidade da inovação, que não mais depende de uma área proponente, mas que nasce de maneira orgânica e descentralizada.

Além disso, mostrou que 92% dos entrevistados revelaram que suas empresas usam em seus projetos de inovação a “Lei do Bem” (Lei 11.196/05, que oferece incentivos fiscais a empresas que realizam pesquisa, desenvolvimento e inovação).

E mais: os outros 8% não usam, mas têm intenção de estabelecer o processo em um futuro próximo.

Foram ouvidos 24 executivos c-level (mais elevado nível) de grupos seguradores distintos, atuantes nas áreas de Estratégia, TI, Marketing, Experiência Digital, Clientes, Novos Negócios, Inovação e ESG. Os entrevistados representam 55 empresas associadas à CNseg, que respondem por 55% do market share do mercado.

Fonte:  CQCS