Guilherme Campos, secretário de Política Agrícola do Mapa, revela detalhes do nono modelo e diz que episódio Carrefour “aproximou governo e todos os elos do agro”

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e da Pecuária, Guilherme Campos, revelou os planos para a implantação de um novo modelo de seguro rural no próximo Plano Safra.

 

Em entrevista exclusive ao Agrofy News, ele detalhou que a proposta é modernizar o sistema, incorporando subvenções governamentais e uma maior participação de seguradoras privadas, com foco em fenômenos climáticos extremos e na eficiência do setor.

 

“Precisamos mitigar riscos de forma abrangente e acessível, garantindo a sustentabilidade do agronegócio brasileiro. Hoje há uma unanimidade de que o modelo atual de Seguro Rural não atende a demanda”, destacou Campos.

 

O secretário explicou que o atual modelo, baseado no Proagro, tornou-se insuficiente para atender à expansão da produção e às novas demandas climáticas. Com o Tesouro desembolsando mais de R$ 10 bilhões este ano, a necessidade de mudanças é urgente.

 

O novo formato do Seguro Rural prevê a utilização de seguros paramétricos, que são mais objetivos e fáceis de comprovar, além de seguros de catástrofe em parceria com governos estaduais e municipais.

 

Segundo Campos, essas inovações permitirão baratear os custos para os produtores, expandindo a base de segurados o que atrairia mais seguradoras para o mercado.

 

Outro tema abordado foi a recente declaração polêmica do Carrefour na França, questionando a qualidade da carne brasileira. Campos rechaçou as alegações e ressaltou o protagonismo do agro nacional.

 

“O Brasil tem padrões sanitários e ambientais de excelência, reconhecidos globalmente. Qualquer tentativa de desmerecer nossa produção será respondida com firmeza e união”, afirmou.

 

Por fim, o secretário ressaltou o papel estratégico do Brasil na agroenergia e na recuperação de áreas degradadas. Ele afirmou que dobrar a produção nacional sem desmatamento é possível, utilizando apenas áreas já disponíveis.

 

Além disso, o modelo brasileiro de transição energética, com foco em biocombustíveis e hidrogênio verde, foi citado como um exemplo de como o setor pode crescer de forma integrada e sustentável. “O agro é uma potência”, concluiu Campos.

 

Confira a entrevista a seguir:

 

“Como está evoluindo a contratação de crédito via Plano Safra?

 

Esse plano de governo que é um dos planos de governo dos mais longevos que existe. O plano safra começou lá atrás com o ministro Cabreira e vem se mantendo firme com valores cada vez mais expressivos. Mas não nos esquecendo que o agro brasileiro, felizmente, graças a Deus, cresceu muito mais que o governo brasileiro.

 

Cada vez mais, ele vem ocupando espaço na economia brasileira e se mostrando extremamente relevante.

 

Os recursos do plano safra oriundos das fontes controladas são limitados e os bancos têm que comparecer. Como tudo cresceu, essas fontes passam a ser mais disputadas nos seus créditos equalizados que tem taxa de juros muito menores.

 

Como o governo pretende facilitar ainda mais o acesso a esses créditos?

 

Os recursos públicos tem como fonte o Tesouro, é um dinheiro público. Então tem que ser muito bem controlado e tem todo o processo com todo tipo de financiamento. Quem coloca isso à disposição dos produtores é o sistema financeiro, os agentes financeiros. O governo faz a estruturação e o controle. Mas, na ponta, quem faz o trabalho contratos de vender de assumir o risco são os bancos os agentes.

 

O que vocês priorizaram nesse Plano Safra?

 

Existe Agricultura Familiar que quem conduz é o MDA, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, e Agricultura Empresarial. Atualmente, o governo disponibiliza aproximadamente R$ 76 bilhões em recurso para os pequenos e Agricultura Empresarial com mais de R$ 400 bilhões.

 

Outro aspecto que tem se comentado muito é o seguro rural, especialmente devido aos extremos climáticos, que é visto como uma fragilidade do sistema brasileiro. O que pode haver de melhoria?

 

Por orientação do ministro Carlos Fávaro, estamos desenhando um novo modelo para o Seguro Rural que é uma necessidade de mercado para adequação do seguro a novas necessidades como os fenômenos climáticos extremos.

 

Fonte: News.agrofy