A procura por planos de Previdência Privada no Norte e Nordeste registrou um crescimento de 15,8% de janeiro a julho de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). Diversos fatores estão impulsionando esse aumento, conforme explica Raphael Vieira Cunha, representante do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne).

De acordo com especialista da região, o crescimento reflete uma maior conscientização financeira entre a população, estimulada por campanhas educativas que destacam a importância do planejamento financeiro de longo prazo. “O aumento da renda e do emprego formal em algumas áreas da região permitiu que mais pessoas pudessem investir em Previdência Privada, garantindo uma aposentadoria mais segura”, aponta.

Cunha destaca também os incentivos fiscais, como as deduções no Imposto de Renda para os planos PGBL, que tornam essa modalidade uma opção atrativa, especialmente para quem busca reduzir a carga tributária. Outro fator relevante é a insegurança com o sistema público de aposentadoria, gerada pelas frequentes mudanças e reformas no INSS. “A incerteza em relação ao futuro das aposentadorias públicas faz com que muitas pessoas busquem alternativas privadas para garantir sua estabilidade financeira na velhice”, afirma o representante do Sindsegnne.

Busca pela modalidade

A pernambucana Nathália Oliveira, de 35 anos, foi uma das pessoas que buscou a Previdência Privada no primeiro semestre do ano. Após mais de 15 anos de trabalho com carteira assinada, a jornalista decidiu empreender e apostou no investimento de longo prazo. “Após muita análise, decidi que faria a Previdência Privada como forma de garantir um futuro mais tranquilo, com a certeza de que, ao chegar na fase da aposentadoria, terei uma renda garantida para viver com conforto”, explica.

Perspectivas otimistas para o mercado de Previdência Privada

As expectativas para o mercado de Previdência Privada são otimistas. Recentemente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) publicaram a resolução que regulamenta a Lei 14.652/23. A iniciativa vai permitir que recursos de Previdência Aberta, Seguro de Vida com cláusula de sobrevivência e Títulos de Capitalização na modalidade tradicional, sejam usados como garantia para operações de crédito.

Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, acredita que essa normativa pode resultar em juros menores do que os do crédito consignado, pois o cliente usará suas reservas financeiras como garantia. A nova regulamentação possibilita que mais pessoas tenham acesso a empréstimos, especialmente aquelas que não possuem outros bens como garantia.

“Esses recursos podem ajudar o consumidor a pagar prestações de educação, reformar a casa ou fazer uma viagem, com juros mais atraentes. Essa normativa é uma revolução no mercado de crédito”, ressaltou Oliveira. A medida tem o potencial de injetar cerca de R$ 70 bilhões no mercado de crédito, oferecendo empréstimos com juros mais baixos para consumidores, segundo a CNseg.

Fonte: Correio dos Municípios Online