Tecnologia embarcada, os veículos híbridos e elétricos, o comportamento de consumo e o seguro das novas gerações, além da competitividade do ramo são debatidos durante Congresso Brasileiro

“O auto faz parte de quase 100% das corretoras de seguros do Brasil. Mas é um mercado que insiste em ficar em menos de 30% da frota segurada. Precisamos avançar e virar esse jogo”.

O preâmbulo de Ricardo Garrido, presidente do Sincor-RJ, sinalizou o desafio do seguro de automóvel no Brasil, durante painel no 23° Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros, realizado de 10 a 12 de outubro na Expo MAG, no Rio de Janeiro, que reúne profissionais para discutir “O futuro da distribuição dos seguros no Brasi

Além do percentual de penetração, o ramo ainda tem outro ponto que é a concentração de seguradoras. “O mercado tem se concentrado e há um movimento de consolidação. 90% do seguro auto está concentrado em seis seguradoras. Há dez anos eram 16 seguradoras”, compara Marcelo Goldman, diretor-executivo de Produtos Massificados da Tokio Marine.

Ele destacou que a oferta de produtos de seguro continua muito grande – do seguro mais simples ao mais completo -, além de ter novos entrantes e seguradoras de menor porte no mercado. “A competição vai continuar acontecendo, seja por preço ou pelas melhores assistências e melhores serviços. No seguro auto trabalhamos com margens apertadas, ganhamos no volume. A competição é muito feroz e sempre tentamos fazer o melhor para vocês corretores e aos nossos segurados”, ressalta Goldman.

Tendências

Sobre a tecnologia embarcada nos veículos, Rafael Ramalho, VP de Automóvel da HDI, citou algumas tendências que podem chegar ao Brasil.

“Observamos a redução de frequência de sinistros porque o carro ajuda a frear nas ações de emergência. Com isso, temos menos pessoas se machucando. Mas, por outro lado, a severidade tende a aumentar, pois os carros estão cada vez mais complexos em termos de reparação”, diz ao destacar o preço das peças que é desproporcionalmente alto.

Ramalho ainda lembrou que, conforme o carro fica mais autônomo há discussões mais filosóficas, conforme os níveis de autonomia aumentam. “No caso do carro autônomo quem será o segurado, a montadora, que programou a função ou o usuário do veículo? Com a tecnologia, como fica se um carro sofre um ataque hacker?”, diz sobre o surgimento de novos riscos.

Ney Dias, presidente da Bradesco Auto/RE, destacou as mudanças da demográfica brasileira e o comportamento social. “O aumento do custo do veículo e da manutenção impactam o perfil da carteira de automóvel. Observamos um aumento grande de pessoas na faixa dos 30 anos, que é quanto elas decidem casar e a questão da conveniência, privacidade e segurança são importantes”.

Portanto, Dias ressalta que há oportunidades de crescimento para o corretor dentro do seguro automóvel.

A respeito dos veículos elétricos e híbridos, cujos emplacamentos cresceram mais de 140% no primeiro semestre de 2024 no Brasil, Patricia Chacon, COO da Porto, destacou que embora as lojas físicas de automóveis tenham crescido para 4,1 mil, há o desafio do desenvolvimento da infraestrutura.

“Estamos atentos às questões de tecnologias e consumo. Sabemos que os veículos elétricos têm um ritmo de depreciação diferente”.

Fonte: Sindseg PR/MS