A disseminação da cultura de seguros na sociedade foi defendida por representantes do mercado e do setor público durante o painel “Clima e Gestão Estratégica”, no 1º Fórum IRB(P&D), realizado ontem (11) no Rio de Janeiro, com apoio da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). O painel abordou ainda a neutralização das emissões de gases e a superação de desafios na gestão de riscos climáticos, reforçando a importância da proteção securitária e da previdência privada.

Moderador do painel, Alexandre Leal, diretor Técnico e de Estudos da CNseg, pontuou que, entre 2020 e 2023, 70% das perdas econômicas foram causadas por eventos climáticos. “Temos o papel fundamental de educar as pessoas para disseminar o conhecimento e a relevância da proteção de seguros, que pode crescer muito mais, assim como os setores, dos títulos verdes e créditos de carbono com a intenção de colaborar com a diminuição dos problemas ambientais”, disse.

Segundo pesquisa recente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) divulgada no final do ano passado, apenas 18% dos brasileiros têm seguro de vida. Considerando os planos de previdência privada, o percentual de cidadãos usufruindo dos produtos é de 9% (11 milhões de pessoas).

Cláudia Prates, líder de Transição Climática do BNDES, destacou que a instituição tem o compromisso climático de neutralizar a emissão dos gases de efeito estufa, no Brasil, nos próximos anos. Além dos inventários de emissões de dióxido de carbono (CO2) e financiadas, metodologias de riscos climáticos e realização de seminários com os setores sobre descarbonização, o banco desenvolveu uma taxonomia de economia verde, que inclui adaptação climática. “Os bancos de desenvolvimento têm um papel importante na mobilização de recursos para mitigação e adaptação climática. O Brasil precisa fazer a sua parte na redução de emissão de gases para avançarmos”, disse.

De acordo com André Luiz Campos de Andrade, subsecretário de Planejamento de Longo Prazo do Ministério do Planejamento, o mercado de seguros e resseguros é fundamental para debater a Agenda Verde por promover boas práticas que contribuem para a sustentabilidade e resiliência da sociedade a longo prazo. Ele explicou que o país conta com três gaps para a gestão do risco climático: político, institucional e meios de implementação. “Para combater essas questões, precisamos de atenção e suporte do governo, adequar instituições, processos e instrumentos e dispor de recursos financeiros, técnicos e informacionais, além de capacitar mais profissionais para atuar com riscos”, comentou.

O CEO da Brasilseg, Amauri Vasconcelos, também valorizou a importância da gestão de catástrofes e a necessidade do seguro nessa jornada. O executivo citou as enchentes no Rio Grande do Sul, explicando como o poder de destruição das calamidades climáticas pode ser grande. “Há uma diferença enorme entre as perdas econômicas das seguradas. É importante aculturarmos as pessoas, inclusive com relação à previdência privada. E, assim, promovermos a longevidade a longo prazo no Brasil”, pontuou. Quando há esse equilíbrio, toda a sociedade é afetada, e, apesar do setor estar preparado para essa missão, ainda é preciso encontrar uma forma de sensibilizar as pessoas, segundo ele.

O 1º Fórum IRB(P&D) continua nesta quinta-feira (12). Na programação, um encontro técnico-científico com a participação de pesquisadores, representantes do setor de seguros e startups.

Fonte: CQCS