Um turista paulista, identificado como Cid Penha, 65 anos, morreu durante uma viagem para Morro de São Paulo, na Bahia (BA). O óbito foi confirmado, no dia 14 de julho, cinco dias após o advogado ser picado por uma suposta aranha e começar a sentir dores na perna e parte do membro ficar com coloração preta. Como o acidente aconteceu durante uma viagem, o CQCS entrevistou com Renato Spadafora, Fundador da Decole Assessoria de Seguros Viagem, para saber se o seguro poderia ser acionado em casos como esse.
“Viajar sem seguro é algo muito arriscado, seja no Brasil ou no exterior. Para além das despesas médicas e hospitalares, que podem ser exorbitantes, principalmente no exterior, na hora que o problema acontece e as despesas ainda nem sequer começaram a somar valores elevados, o que o viajante mais precisa é de apoio, orientação e socorro”, disse o especialista.
De acordo com Spadafora, há uma diferença entre ter um seguro-viagem oferecido por uma empresa não especializada, como o fornecido por cartões de crédito ou embutidos no plano de saúde, que promete uma garantia financeira para reembolso das despesas no final do processo, e contratar o produto de uma empresa especializada com rede médica mundial e atendimento para ser utilizado durante 24 horas e sete dias da semana.
“Se a viagem for internacional, contar com apoio de uma central de atendimento, que ajudará o segurado nas providências da solução do problema, torna-se quase imprescindível”, afirmou. Isso porque, segundo o entrevistado, além da dificuldade de comunicação com idioma local, o passageiro, muitas vezes, se sentirá completamente impotente para resolver o problema emergencial. “Sem falar nos custos que, em determinados casos, podem ser exorbitantes para um simples visita a um emergency-room ou pronto socorro”, acrescentou.
O especialista disse que, em situações como a que ocorreu em Morro de São Paulo, existem empresas e planos que oferecem cobertura para picadas de insetos ou mordida de animais silvestres ou mesmo cobras, incluindo a remoção aérea caso seja necessário para uma rápida providência de vacina ou outros cuidados médicos emergenciais que podem salvar uma vida.
Após a pandemia, houve um amadurecimento do nível de consciência dos consumidores em relação à contratação de seguro-viagem, segundo Renato. “Também, depois da regulamentação da Susep nos últimos anos, os produtos se sofisticaram e a concorrência ficou acirrada para o corretor”.
Além disso, o especialista explicou que muitos consumidores estão buscando mudar os planos de saúde para reduzir custos, frequentemente diminuindo a categoria de rede nacional para regional ou ficando sem plano. Neste cenário, Spadafora afirmou que os planos de seguro viagem nacional anuais são uma solução ideal para aqueles que precisam reduzir os planos de saúde de nacionais para regionais.
“Nos últimos anos, o segmento se tornou um oásis de oportunidade para as corretoras de seguros para ‘pescar em águas limpas’, seja como oportunidades de seguros de viagem de lazer, para planos de seguro viagem anuais familiares para deslocamentos no Brasil ou mesmo no segmento corporativo, o qual este tipo de proteção passa a ser uma demanda das áreas de benefícios e RHs”, finalizou explicando.
Fonte: CQCS