Conforme noticiado pelo CQCS, no último dia 01/06, a Fenacor enviou documento para a SUSEP sugerindo que as coberturas de inundação e alagamento tornem-se obrigatórias no Seguro Residencial. A proposta tem como intuito aproximar o clausulado ao do Seguro Habitacional no que diz respeito aos itens de danos físicos e minimizar prejuízos decorrentes de catástrofes como as ocorridas recentemente no Rio Grande do Sul. O CQCS ouviu um time de especialistas que destacaram a notoriedade da iniciativa e seus impactos no Mercado de Seguros.
A proprietária da AGiliza Corretora de Seguros, Gabriela Rech, pontua que a sugestão da Fenacor é benéfica para Corretores e segurados. “A proposta é de extrema relevância, sobretudo após a triste situação que vivemos recentemente no Rio Grande do Sul. Acredito ser vantajoso tanto para Corretores, que possivelmente terão maior demanda na contratação do Seguro Residencial, quanto para o cliente, que terá um respaldo financeiro para esse tipo de situação”, disse.
Executivo do Mercado de Seguros com mais de 25 anos de experiência no setor, Sergio Ricardo destaca que há anos acredita na importância de mudanças no Seguro Residencial, para que o produto venha a fazer frente a todos os riscos que podem estar expostos. O especialista ressalta que a sugestão da Fenacor vai de encontro às necessidades da sociedade. “Os Seguros Residenciais deveriam ser “All Risks”. Isso ficou evidenciado com as enchentes no Rio Grande do Sul, quando muitos segurados perceberam que as apólices que contrataram não cobriam os prejuízos. Trazer essa discussão para a mesa de negociações é mais que necessário”, frisou.
A conscientização é um importante vetor a respeito dos riscos e da necessidade de proteção. Marilia Rabelo, fundadora e CEO da Mazo Corretora, lembra que, muitas vezes, somente após a ocorrência de incidentes, o indivíduo percebe a relevância de uma apólice de um seguro, sendo assim, incluir alagamento e inundação à cobertura básica do Seguro Residencial representa uma medida essencial para destacar a importância da proteção contra eventos climáticos, especialmente em um contexto marcado por crescentes catástrofes. “Conduto, acredito que o papel do Corretor transcende a simples oferta de coberturas. O profissional desempenha papel fundamental ao conscientizar não apenas sobre a necessidade específica de uma cobertura, mas também sobre a importância geral do seguro”, afirmou.
No documento, assinado pelo Presidente da Fenacor, Armando Vergílio, a entidade pontua que a mudança é um “assunto de cunho social de extrema relevância”, lembrando que o seguro compreensivo residencial é destinado a residências individuais, como casas e apartamentos, sejam habituais ou de veraneio, e garante cobertura para a edificação e, opcionalmente, outras coberturas, como inundação e alagamento. Contudo, normalmente, apenas os clientes que consideram estar em áreas de alto risco contratam tais coberturas, tendo como consequência uma oferta limitada por parte das seguradoras e, quando estas são disponibilizadas, acabam sendo oferecidas com sublimites considerados insuficientes.
Fonte: CQCS