Já está em andamento a fase 3 do Open Insurance, referente a efetivação de serviços no segmento de seguros residenciais. Segundo informações do Valor Econômico, a expectativa de Airton Renato de Almeida Filho, diretor técnico da Susep responsável por regulação e Opin, é que as permissões para compartilhamento de informações dos clientes através do sistema do atinjam aproximadamente 10 milhões até o final de 2020. A projeção tem como base o número de consentimentos ativos do Open Finance, de 43 milhões.

Segundo Almeida Filho, o Opin ajuda na digitalização dos processos, no conhecimento de dados e na utilização da inteligência artificial, o que pode baratear o custo de contratação e garantir produtos personalizados. A intenção do sistema é também ser interoperável como o Open Banking, formando o ecossistema mais amplo, denominado como Open Finance. A interoperabilidade entre os sistemas das instituições financeiras traz a possibilidade de, por exemplo, utilizar-se a previdência privada como garantia de um financiamento, reduzindo o custo do crédito, como explicado pelo Valor.

Ao todo, o cronograma de ação da nova etapa possui seis etapas. Na segunda fase, foi concluído o compartilhamento de dados pessoais entre as várias instâncias da cadeia de seguros. Os dados que podem ser compartilhados estão nos grupos de dados públicos e dados pessoais. O consentimento dos clientes para o compartilhamento de dados tem validade de 12 meses, podendo ou não ser renovado, segundo o Valor.

Empresas e agentes de mercado citam desafio da interoperabilidade

Apesar de seu impacto no mercado, o Opin ainda não é substancialmente entendido pelo corretor e pela sociedade, conforme pesquisa da Capgemini realizada com 204 empresas e agentes de mercado entre outubro e novembro do ano passado, divulgada pelo Valor. Entre os benefícios, segundo o relatório, estão o acesso a mais dados, novas oportunidades e novos modelos de negócios e chegada de novos clientes e novos players. Os entrevistados, no entanto, citaram como desafio a falta de cultura do consumidor em relação a compra de seguros através do ambiente digital.

Ao Valor, o diretor da Susep explicou que é necessário ampliar a discussão sobre o seguro na sociedade. Atualmente, segundo Almeida Filho, o número de segurados no ramo auto se aproxima dos números de seguro vida, o que aponta que a maior parte da população está mais preocupada com o bem móvel do que com a própria vida.

Fonte: CQCS