Possivelmente prevista para esta semana, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) volta a discutir a proposta que visa estabelecer um novo marco legal para o setor. Durante o intervalo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realizou reuniões com representantes do mercado e da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para ajustes finais na proposta.
Além disso, duas novas emendas foram apresentadas por senadores, uma das quais já recebeu o voto favorável do relator, indicando movimentos significativos no processo legislativo.
Segundo informações do portal Valor Econômico, Rodrigo Botti, vice-presidente financeiro do IRB (Re), que participou da reunião, teve a oportunidade de abordar qualquer ponto relacionado à reforma tributária ou ao PLC 29.
Botti afirmou, também, que essa mesma oportunidade foi estendida a todos os participantes da reunião, que incluíam a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber) e outros representantes do setor.
Na perspectiva de Botti, a aprovação do PLC 29 trará uma maior segurança jurídica ao mercado e aproximará o arcabouço regulatório brasileiro das economias mais desenvolvidas.
Essa melhoria na segurança jurídica pode atrair mais interesse para o setor. Sobre um ponto que gerou polêmica no projeto – a inclusão de um capítulo sobre resseguro em um texto específico sobre o setor de seguros – o executivo do IRB considera isso coerente, argumentando que é necessário regular o relacionamento entre seguro e resseguro.
Ele destacou também que a posição da empresa difere da Fenaber nesse ponto. Botti informou que dos quatro pontos discutidos na reunião, três foram resolvidos e apenas um – relacionado à aceitação tácita – será discutido posteriormente.
Os três pontos resolvidos abordaram a regulação de sinistros, exposição a reclamações após o período de cobertura e registro das condições de cobertura e exclusões. Para Botti, um novo marco legal pode ajudar a reduzir o chamado “gap de proteção”, que é a diferença entre as perdas econômicas e seguradas em caso de evento.
No Brasil, esse gap é consideravelmente maior do que em países como os EUA, o que indica espaço para crescimento no setor de seguros e resseguros no país.
Botti também mencionou outro indicador para ilustrar o potencial de crescimento da indústria de seguros e resseguros no Brasil, apontando que o total de ativos dessas empresas representa uma porcentagem muito menor do PIB em comparação com países desenvolvidos como os EUA. Ele destacou que há um amplo espaço para expandir o mercado de seguros no Brasil e reduzir o gap de proteção existente.
Fonte: Sou Segura