A procura por seguro contra riscos cibernéticos cresceu 880% nos últimos cinco anos, passando dos R$ 20,7 milhões em 2019 para R$ 203,3 milhões no ano passado. Na comparação com 2022, o avanço foi de cerca de 14%, quando o setor faturou R$ 18,2 milhões com a venda de apólices de cibersegurança, de acordo com dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).

Levantamento da entidade mostra que abril se destacou como o mês com a maior comercialização de apólices de cibersegurança em 2023, atingindo R$ 24,6 milhões, seguido por agosto com R$ 20,7 milhões e dezembro com R$ 20,4 milhões. Já na distribuição por estados, São Paulo lidera, representando 69% de toda a demanda pelo produto no período, com R$ 141 milhões. Em termos de avanços percentuais, o Maranhão foi o destaque com aumento de 5.822,8%, passando de R$ 7,7 mil em 2022 para R$ 454,2 mil no ano passado.

O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, destaca que o dado demonstra o potencial de ampliação da atuação do seguro contra riscos cibernéticos no país. “Em 2023, o setor pagou R$ 18,2 milhões em indenizações e, desde o início da contabilização de resultados desse produto, em 2019, foram retornados mais de R$ 170 milhões às empresas seguradas”, afirma o executivo.

O total se soma aos R$ 225,2 bilhões pagos em indenizações pelas demais modalidades em benefícios, resgates e sorteios no período, volume 2,5% superior ao ano de 2022. O mercado segurador, desconsiderando dados da saúde suplementar, apresentou aumento na procura por produtos que protegem o patrimônio, além de estimular a disciplina financeira dos seus clientes. No ano, a evolução foi de 9% em relação a 2022, com mais de R$ 387,9 bilhões arrecadados. Oliveira, destaca que o resultado vem ligeiramente acima das projeções divulgadas pela CNseg em dezembro do ano passado. “Na ocasião, estimamos que a demanda do setor cresceria, em 2023, 8,2% sobre o observado em 2022.”

Destinado às empresas, o seguro de riscos cibernéticos oferece proteção contra danos diretos ocasionados por ataques que geram perdas materiais, imateriais e de conteúdo informacional, como vazamento de dados. Além disso, pode ser utilizado para cobrir reclamações decorrentes de uso indevido de informações e violação da privacidade e dos direitos de propriedade intelectual.

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Além da cobertura do seguro de risco cibernético, as empresas do mercado de seguros, associadas à CNseg, também podem acessar uma solução desenvolvida pela entidade para monitorar e validar os incidentes e compartilhar as informações com as empresas usuárias do serviço.

Em 2023, o sistema de Compartilhamento de Incidentes Cibernéticos (CIC), que funciona por meio da curadoria da CNseg, contabilizou o total de 245 incidentes, ou seja, em média, 20 sinalizações por mês no período analisado. Deste total, 42% estavam relacionados a vírus e fragilidades de sistema, e 58% foram incidentes que as seguradoras associadas visualizaram perante o cenário mundial e puderam antecipar possíveis riscos para os seus negócios.

 

Fonte: Ciso Advisor