As empresas brasileiras gastam, por ano, cerca de R$ 171 bilhões para tentar evitar episódios de violência, segundo uma compilação feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada no Atlas da Violência. O número equivale a 1,7% do PIB de 2022, o último ano com os dados completos disponíveis.
O gasto direto das empresas na área é apenas parte do custo social e econômico imposto pela violência no Brasil. Estima-se que o custo total com segurança no Brasil represente, por ano, 5,9% do PIB, o equivalente a R$ 595 bilhões, ainda segundo o Ipea. A conta inclui, além dos gastos com segurança privada, as despesas do governo e as perdas de produtividade com homicídios.
Estudos similares chegarem a resultados parecidos. Em 2018, durante o governo do presidente Michel Temer, a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, ligada à Secretária-Geral da Presidência, publicou relatório que apontava para um crescimento substancial dos custos econômicos com a criminalidade: entre 1996 e 2015, eles representavam 4,38% do PIB.
Outro estudo do mesmo ano sobre segurança pública, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria, estimava perda anual de 5,5% do PIB, o que equivaleria a um imposto de cerca de R$ 1,8 mil pagos por cidadão, por ano, em valores da época.
O setor de segurança privada movimentou R$ 36,3 bilhões em 2021, segundo a última estimativa da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist). Ele engloba 4.804 empresas e emprega 485 mil vigilantes privados, segundo dados de 2023 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Outro setor que serve de termômetro da preocupação das empresas com a violência é o de seguros. Duas categorias bastante consumidas pelas empresas são as de seguros de transportes, que arrecadou R$ 5,3 bilhões em 2023, e a de seguros empresariais, que movimentou R$ 3,9 bilhões, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras.
As indenizações pagas, no ano passado, foram bilionárias. As seguradoras pagaram R$ 2,6 bilhões em transportes e R$ 1,7 bilhão por incidentes empresariais.
Fonte: Blog do BG