Com as frequentes discussões acerca das tecnologias avançadas, o setor dos seguros trouxe inúmeras possibilidades de uso nos serviços das empresas do segmento. A partir dessas ofertas de produtos e agilidade em processos, as seguradoras se comprometem em oferecer mecanismos inovadores, a fim de garantir um melhor desempenho no mercado. No entanto, cabe questionar se estes recursos são efetivamente utilizados e se cumprem o que a empresa propõe.

Adoção de tecnologias no setor foi mais lenta que o esperado

Rob Galbraith, fundador e CEO da Forestview Insights, empresa que oferece treinamento para organizações que pretendem desenvolver estratégias de inovação, conversou com a Insurance Thought Leadership e revelou ter acertado algumas previsões no que diz respeito à implementação de tecnologias inovadoras no setor dos seguros. No entanto, apontou que a adoção de tecnologias emergentes no setor foi mais lenta do que o esperado. Quanto à adoção de recursos, ele afirma: “Eu também previ uma adoção mais lenta do blockchain, mas mesmo com expectativas mais moderadas, estou surpreso com o quão pouco o blockchain especificamente e o Web3 em geral afetaram a indústria”. 

Tecnologias tradicionais ou blockchain?

É válido salientar que a tecnologia blockchain pode trazer algumas melhorias significativas para o setor de seguros. A transparência e a imutabilidade proporcionadas pela blockchain podem ser úteis quando se lida com contratos e transações no setor de seguros, ela pode simplificar e agilizar os processos. Além disso, com o blockchain, é possível reduzir a chance de fraudes, já que as informações são registradas de forma descentralizada formando blocos de dados, melhorando a segurança geral do setor. O portal Insurance Thought Leadership, ao comparar a blockchain com softwares mais tradicionais, revela que o segundo, embora disponibilize um conjunto de recursos, ainda precisa de mais flexibilidade e agilidade em relação ao aspecto mais arrojado da blockchain.

O portal ainda alega que “as soluções tradicionais são ideais para empresas com orçamentos apertados, operações padrão e baixo volume de transações. As seguradoras em ambientes regulatórios estáveis ​​também podem optar por soluções tradicionais.” Por outro lado, a utilização da blockchain pode ser proveitosa. A partir da automatização e transparência, a tecnologia pode trazer benefícios, possibilitando à empresa “operar internacionalmente ou interagir com uma gama diversificada de partes interessadas, tais como segurados, beneficiários, corretores e resseguradores. Para quem busca economia e inovação, um software de seguros personalizado pode ajudar a encontrar esse equilíbrio.”

É preciso focar no uso dos dados

O portal Insurance Innovation Reporter (IIR) afirma que “os dados são o novo petróleo”, sendo o fluxo de informações do cliente o objetivo primordial para o sucesso. Além disso, também traça um paralelo entre o cenário experimentado nas últimas décadas do século passado e início deste século. As informações nos tempos passados eram arquivadas em artefatos físicos, pois a normalidade consistia em ter o contato com os papéis, analisar as informações e armazená-las. “O conforto de segurar, ler e referenciar papel era normal e necessário desde a maior parte dos anos 80, 90 e até 2010 ainda dependia de um console de desktop para acessar, visualizar e anotar até mesmo uma versão eletrônica de um formulário, carta ou recibo. É por isso que todos ainda estamos à espera da transformação digital – onde os fluxos de dados e os percursos de decisão rompem as barreiras físicas e humanas que desviaram o papel nestes últimos 100 anos”. Pensando na realidade futura, o IIR indica que os líderes empresariais devem adotar um hábito, priorizando o uso de dados. “Quando todos usam dados, todos investem em sua qualidade, atualidade, precisão e relevância. Governança, proveniência, adequação ao uso, a curiosa urgência por mais e melhores dados e a criação de valor sustentável compartilhável para clientes, funcionários e parceiros tornam-se então subprodutos da intenção executiva.”

Visando o futuro da subscrição

Tom Chamberlain, vice-presidente de clientes e consultoria da Hyperexponencial, revelou: “Já vi muitas seguradoras especializadas e comerciais atraídas pela promessa de mudança, apenas para ficarem com sistemas legados mal integrados e com as mesmas ineficiências com as quais vinham lutando há décadas. Embora outros setores, como o financeiro, tenham evoluído para uma forma de trabalhar mais inteligente e digitalizada, os seguros continuam subequipados para o futuro.” Com base nisso, a partir de pesquisas realizadas pela empresa, constatou-se que grande parte dos processos de subscrição são feitos manualmente, o que consequentemente gera lentidão no processamento. No intuito de subverter este cenário, a empresa desenvolveu o Underwriting 3.0, que permite acelerar o processo a partir do uso de dados, automatizando a função. “Livres de tarefas manuais repetitivas, os subscritores têm mais tempo para trabalhos de valor agregado que sejam ao mesmo tempo impactantes e gratificantes. Todo o processo de precificação é exponencialmente mais rápido e preciso para gerar resultados mensuravelmente melhores no mercado competitivo. As coisas estão começando a evoluir na direção certa, com IA generativa para ingerir dados não estruturados, modelos preditivos para insights em tempo real e automação eliminando a lama dos processos arcaicos.”

Assumir uma postura efetivamente tecnológica eleva padrões 

A convergência de inteligência artificial, análise de dados e automação está dando origem a uma experiência cada vez mais personalizada, criando um ecossistema onde as empresas podem antecipar desejos e cativar audiências, por meio de dados gerados pelos consumidores. À medida que algoritmos avançados analisam padrões de comportamento, preferências e interações, é indispensável que as empresas se concentrem em potencializar seus serviços desenvolvendo métodos inovadores e praticáveis, além de apenas prometerem a inovação. A automação desempenha um papel crucial na simplificação do processo de subscrição, eliminando barreiras e oferecendo uma experiência fluida. Além disso, as tecnologias avançadas permitem a criação de modelos preditivos, antecipando mudanças nas preferências do cliente e ajustando dinamicamente os serviços oferecidos. Assim, as empresas que adotam e incorporam ativamente as inovações tecnológicas disponíveis no setor, têm uma posição vantajosa diante das demais e podem se destacar fortemente no campo das subscrições e, nesse mesmo movimento, podem moldar a interação com os consumidores de maneira mais personalizável alcançando uma maior eficiência na prestação de serviços e uma experiência geral mais positiva para os consumidores.

Fonte:Insurtalks