Objetivo é ressaltar a importância de ampliar o acesso da população à cobertura de produtos de seguros para mitigar os efeitos dos incidentes climáticos
Pela primeira vez na história, o Brasil irá discutir na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas a importância do mercado de seguros como aliado na construção de resiliência à transição climática, destacando desde a necessidade do incremento de instrumentos capazes de minimizar os impactos das catástrofes climáticas, passando pelo desenvolvimento de produtos sustentáveis e verdes e a possibilidade do setor ser financiador da agenda climática.
A 28ª Conferência do Clima, ou COP 28, será realizada entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro deste ano em Dubai, Emirados Árabes Unidos, e tratará de questões sobre perdas e danos e a adaptação das cidades em função das questões climáticas.
Entre os dias 2 e 6 de dezembro, na COP 28, o presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), Dyogo Oliveira, e a diretora de Sustentabilidade e de Relações de Consumo, Ana Paula de Almeida Santos, participarão de uma série de encontros com lideranças internacionais e brasileiras para debater pontos importantes sobre a agenda do seguro, incluindo o aumento dos subsídios para o Seguro Rural, importante ferramenta para o setor agrícola enfrentar os impactos das mudanças climáticas.
Entre as agendas previstas, Oliveira participará, no dia 4 de dezembro, do painel promovido pelo Ministério das Cidades, às 15h00, no Auditório 1 do Pavilhão Brasil, que terá como tema a “Adaptação climática inclusiva nas Cidades” e debaterá como as Cidades e suas áreas vulneráveis estão se preparando para os impactos das mudanças climáticas. Nos últimos 10 anos, 93% dos Municípios brasileiros foram atingidos por algum desastre natural que levou ao registro de emergência ou estado de calamidade pública, especialmente por tempestades, inundações, enxurradas ou alagamentos. Por isso, a CNseg e o setor segurador entendem a urgência desta agenda.
Segundo Oliveira, o mercado de seguros pode ser um aliado na mitigação dos riscos e reparação de danos. “À medida que enfrentamos riscos emergentes cada vez mais complexos e desafiadores, eles se tornam cada vez mais necessários para garantir a manutenção de renda, a proteção da vida, da saúde e do patrimônio, de pessoas, governos e empresas”.
Além de agendas com instituições globais ligadas ao clima, há a expectativa de que a comitiva da CNseg possa firmar acordos bilaterais com instituições internacionais.
Em março deste ano, o Relatório Síntese do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, alertou o mundo sobre possíveis tragédias relacionadas ao clima se nada for feito. O documento apresenta diversas evidências do rápido aumento dos impactos das mudanças climáticas nas sociedades e nos ecossistemas, colocando de forma muito urgente a necessidade de uma ação pelos governos, empresas e sociedade como um todo.
Como gestor de riscos, e ciente dos impactos das mudanças climáticas, o mercado segurador, capitaneado pela CNseg, tem dedicado especial atenção à questão do desenvolvimento sustentável, o que pode ser evidenciado na última edição do Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros 2022.
Fonte: Revista Apólice