Assim como os demais fenômenos climáticos, a enchente recente no Rio Grande do Sul levou muitos dos atingidos a acionarem o seguro das suas residências ou dos seus negócios e veículos. Porém, nem todos têm recebido a indenização. Em alguns casos relatados à coluna, o argumento é de que enchente não entra na cláusula de alagamento. A coluna levou este questionamento específico ao Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul (Sincor-RS), André Thozeski, que respondeu que prejuízos de enchente são, sim, atendidos por apólices que cobrem alagamento. No entanto, pondera que é preciso ter atenção ao contrato para identificar o que está realmente previsto nele. No entendimento de Thozeski, cobertura de prejuízos de vento, por exemplo, não contemplam o que ocorreu no Vale do Taquari.
– Não se discute o fato. O dano é inequívoco – diz ele.
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A mesma opinião tem o presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (Sindsergs), Guilherme Bini. Consultado pela coluna logo após a tragédia, ele reforçou que é preciso ter contratado cobertura de alagamento. Acrescentou, também, que as seguradoras têm que analisar caso a caso.
– Casos como esse, muitas vezes, serão tratados por imagens ou vídeos, não sendo necessário aguardar um inspetor ou vistoriador – acrescenta Bini.
Se estiver prevista no contrato, pode ocorrer até ressarcimento por lucros cessantes. O que é isso? É, por exemplo, a venda ou a produção da empresa que não ocorreu no período por suspensão das atividades.
Mutirão de seguros
As seguradoras têm informado que criaram mutirões para atender mais rapidamente os clientes da região atingida, liberando os valores com agilidade. Empresa que procurou a coluna recentemente para falar da organização que tem feito, a Bradesco Seguros informa que deu início à sua 40ª operação emergencial de tratamento de sinistros na Região Sul. Já tinham sido realizados mais de 60 chamados especiais para os seguros residencial e empresarial em 10 cidades atingidas pela enchente. Há pouco mais de um mês, a região já havia sido atingida por dois fenômenos naturais extremos. Somando, foram mais de mil chamados emergenciais, com estimativa de indenizações superior a R$ 10 milhões. Do total, mais de 80% dos chamados correspondem a seguro residencial, seguido do empresarial.
Fonte: Zero Hora