CQCS Insurtech & Innovation 2023 (EXCLUSIVO) – Focando em iniciativas de sustentabilidade e a importância da agenda ASG no mercado de seguros, executivos do setor participaram do segundo dia do CQCS Insurtech & Innovation, em São Paulo. No painel “Sustentabilidade como Instrumento de Eficiência Estratégica”, especialistas se reuniram para mostrar quais ações suas empresas adotaram para tornar a operação mais sustentável.
Edson Franco, CEO Zurich Brazil, abriu o painel falando sobre a influência das macrotendências no mercado de seguros e os impactos da digitalização e da inovação na sustentabilidade. “Percebo uma convergência desses conceitos, e quando implementamos uma iniciativa em sustentabilidade ela acaba impactando outras vertentes do negócio. Hoje a empresa que não estiver atenta para essa oportunidades vai se distanciar dos seus clientes, fornecedores e até mesmo colaborares. Identificar e empurrar a agenda de sustentabilidade é o nosso dever como corporação, pois através dela melhoramos processos e colaboramos com o meio-ambiente”.
De acordo com Franco, as mudanças climáticas estão interligadas ao modelo de subscrição de riscos, e a adoção de práticas sustentáveis é uma demanda emergente do setor de seguros. “Cada vez mais indivíduos e empresas vão ser julgados pela sociedade, caso não estejam conectados à agenda ASG. No Grupo Zurich, já começamos essa jornada há muitos anos. A companhia está entre as primeiras a atender esse requisito da Circular nº 666 da Susep, que estabelece a obrigatoriedade da adoção de instrumentos para gestão dos riscos climáticos, sociais e ambientais pelas seguradoras. Entretanto, nossa participação nesse setor ainda é pequena, pois o Brasil ainda não assumiu seu papel de protagonista na promoção da sustentabilidade”.
Erika Medici, CEO AXA, reforçou que o seguro já é por essência conectado à sustentabilidade. “Precisamos investir em um mundo mais segurável, incentivando e constituindo operações mais sustentáveis e inclusivas. Para o produto chegar até o cliente, a cadeia de valor desse negócio deve estar alinhada à agenda ASG. A adequação de produtos e serviços, regulação do sinistro direcionada à diminuição da emissão de carbono e atendimento digital são algumas das ações que as seguradoras podem adotar”.
A executiva também falou sobre a importância do treinamento para prestadores de serviços, oferecendo processos mais sustentáveis no atendimento ao cliente e garantindo segurança para a operação. “No ano passado fizemos uma pesquisa com nossos prestadores, e 95% das empresas disseram que desenvolvem ações sustentáveis, principalmente a coleta seletiva e utilização de dispositivos para economia de água, e 50% afirmaram que há política institucionalizada para sustentabilidade. Isso mostra que os nossos parceiros estão conectados com a nossa estratégia”.
Adiel Avelar, CEO da Copart, encerrou o painel falando sobre a experiência da empresa. Em fevereiro deste ano, durante o desastre no Litoral Norte de São Paulo, a companhia uniu esforços com as seguradoras para atender milhares de veículos interditados após as chuvas que atingiram a região. “Nossa indústria tem a sustentabilidade no DNA. Na década de 70, o setor de resseguros foi o primeiro a alertar sobre os efeitos do aquecimento global. O mercado de seguros tem uma função social gigantesca, pois avaliamos riscos, protegemos as pessoas e atuamos como um agente crítico da economia circular”.
Ao seguir os critérios ASG, a Copart passou a ofertar veículos em leilões online a preços menores para mobilidade e trabalho, gerando um impacto positivo no setor e promovendo a diversidade e inclusão. “Nosso negócio é totalmente sustentável, e isso faz com que a produção de novos carros e a emissão de carbonos diminua. No último ano, evitamos a emissão de 10 milhões de toneladas de CO2. Além disso, inauguramos três parques solares para alimentar as nossas operações no sudeste do Brasil, demonstrando a importância de ser uma empresa que acredita e investe na economia verde”.
Nicole Fraga