O Brasil está diante de novo recrudescimento da Covid-19, em virtude da disseminação das variantes Ômicron e Delta, que já alcançam parcela expressiva da população. O crescimento exponencial de atendimentos nas emergências públicas e privadas, e também via telemedicina, além da escalada da busca por testes de diagnóstico e antígenos, reativam desafios já conhecidos. Dentre eles, o aumento do tempo de espera por atendimento e pela realização de exames. Não bastasse a explosão da demanda, o sistema de saúde como um todo enfrenta a perda temporária de profissionais de saúde diagnosticados com Covid-19, contribuindo para o agravamento dos problemas já descritos. Diante desse cenário, a assistência de saúde de qualidade, o engajamento coletivo e a responsabilidade individual serão, mais uma vez, chave para superarmos mais esta etapa da pandemia.
Levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) com 33 hospitais revelou que 88% registraram aumento de casos positivos de Covid-19 e de Influenza em suas instituições na primeira semana de janeiro. O aumento no número de casos de Covid-19 foi, em média, de 655% desde dezembro de 2021, sendo que algumas instituições relataram aumentos maiores que 1000%. Já o crescimento no número de casos de Influenza foi, em média, de 270%.
Muitas são as lições aprendidas até o momento, que renovam nossa confiança em encarar mais este difícil momento. Apesar da alta taxa de transmissibilidade atual, a expansão da imunização e suas doses de reforço já acarretam sintomas mais brandos, que afastam momentaneamente o risco de colapso e carência de leitos de UTI. Adicionalmente, a telemedicina e as consultas médicas fora do ambiente hospitalar, apesar de também sobrecarregadas e com longo tempo de espera, são aliadas importantes para evitar a lotação e o risco de contágio em prontos-socorros, dando suporte relevante a milhares de pacientes com sintomas leves.
Como representantes das operadoras de planos e seguros de saúde do país, reforçamos nosso compromisso com o atendimento integral de 48,7 milhões de beneficiários. Nossa missão é, mais uma vez, preservar vidas. Para isso, é importante que medidas preventivas sejam rigorosamente observadas, que o distanciamento social seja respeitado, que a vacinação continue a avançar e que o sistema de saúde seja utilizado de forma consciente. Cada um de nós deve fazer sua parte nessa missão.
A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) orienta que pessoas com sintomas leves ou assintomáticos priorizem a busca por atendimentos ambulatoriais fora do ambiente hospitalar, em consultórios e pela telemedicina. Ao passar por uma consulta, o paciente terá a indicação médica correta sobre a necessidade ou não de testagem, e do tipo de teste mais adequado para o seu quadro clínico. Já os hospitais devem ser procurados em casos de sintomas persistentes ou sinais de acometimento mais grave (falta de ar, febre persistente, tosse intensa), ou por pessoas com doenças crônicas pré-existentes.
Durante a pandemia, a telemedicina tem sido uma importante aliada para orientação dos pacientes e para proteção à exposição desnecessária dentro de ambientes como hospitais, que devem ser utilizados para o atendimento de pessoas com sintomas mais severos. Nos atendimentos via telemedicina também são disponibilizados atestado médico, receituário e pedidos de exames diagnósticos para Covid-19 e outras enfermidades. No Brasil, mais de 5,1 milhões de consultas já foram realizadas via telemedicina, desde o início da pandemia, aponta a Abramge.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alerta que é crucial que as pessoas se vacinem o mais rápido possível para se proteger contra a forma grave da Covid-19 e evitar que os hospitais fiquem lotados, especialmente se planejam viajar. À medida que a vacinação avança, os índices de mortalidade diminuem, mas não se deve relaxar. Um estudo do Instituto de Infectologia Emílio Ribas acompanhou 1.172 pacientes internados por complicações de Covid-19 no estado de São Paulo e concluiu que nove, em cada dez, não tinham completado a vacinação. Já o número de óbitos pela doença foi quase 15 vezes maior entre os não imunizados.
A maioria das infecções associadas a cuidados de saúde podem ser prevenidas com a correta higienização das mãos, ou seja, a limpeza das mãos nos momentos corretos, e da forma correta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a limpeza frequentemente das mãos com água e sabão ou com um produto para esfregar as mãos à base de álcool.
As medidas continuadas de saúde pública junto com a vacinação também são fundamentais para reduzir a propagação do vírus. Isso inclui o uso de máscara, distanciamento físico e evitar grandes reuniões, especialmente em ambientes fechados. A OMS recomenda manter um distanciamento de 1 metro das outras pessoas, mesmo que elas não pareçam estar doentes, pois podem ter o vírus sem apresentar sintomas.
A consulta aos órgãos oficiais de saúde é essencial para prevenir a desinformação. Da mesma forma, as operadoras de planos de saúde oferecem para seus beneficiários canais oficiais para direcionamento adequado e informações sobre a rede credenciada.
Fonte: Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) | Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) | Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) | União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) | Unimed Brasil – Confederação Nacional das Cooperativas Médicas