Mais do que estimular a reflexão, listar eventuais conquistas e ações efetivas, o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado neste dia 5 de junho, aprofunda as rugas de preocupação em todos aqueles interessados em inserir as questões ambientais no centro das discussões para preservar o planeta e recursos para as futuras gerações.
Em meio ao assombro com a decisão dos EUA de deixar o Acordo de Paris, a promessa de 190 países de levar à frente os esforços de combate às mudanças climáticas é um alento. “A decisão dos EUA de deixar o Acordo de Paris de forma alguma coloca um fim a esses esforços. China, Índia, União Europeia e outros já estão demonstrando forte liderança. Cento e noventa países estão mostrando forte determinação de trabalhar com eles para proteger esta e as futuras gerações”, lembra o diretor-executivo da ONU Meio Ambiente, Erik Solheim.
Para Solheim, a ciência sobre as mudanças climáticas é perfeitamente clara: “precisamos de mais ações, não menos. É um desafio global. Cada nação tem a responsabilidade de agir e de agir agora”.
Apenas como exemplo, vale lembrar que, em virtude das mudanças climáticas, o nível do mar em todo o planeta cresceu o dobro do previsto nos últimos 25 anos, segundo estudo internacional publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS). “Nossas conclusões demonstram que as regiões costeiras estão mais expostas do que pensávamos e, portanto, o risco é maior”, diz o estudo, segundo o qual 1993 foi o ponto de inflexão: até aquele ano, o nível do mar subiu de forma significativamente mais lenta.
Apenas na cidade do Rio de Janeiro, onde funciona a sede da CNseg, há um patrimônio de R$ 124 bilhões ameaçado com o aumento do nível do mar esperado nas próximas décadas, segundo as contas do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Entre os ativos, o Aeroporto Santos Dumont e a Universidade Federal do Fundão. Além disso, o aumento do nível do mar muda o padrão climático, gerando mais tempestades, inundações, riscos de crise hídrica, destruição de imóveis de baixo padrão, etc. Um cenário assombroso…
Não é, por acaso, que o protagonismo do mercado de seguros merece ser saudado nesse dia. Podemos lembrar o lançamento do Seguro para Responsabilidade Civil decorrente de Poluição Ambiental ainda em 1991. Reforçando este compromisso do setor com a preservação do meio ambiente, a CNseg subscreveu o Protocolo do Seguro Verde com o Ministério do Meio Ambiente e o Sindicato das Seguradoras RJ/ES em 2009, com o objetivo de traçar diretrizes para a implementação de ações de responsabilidade socioambiental.
Em 2012, a CNseg subscreveu Os Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI, sigla em inglês), estabelecidos pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – Iniciativa Financeira (UNEP FI, sigla em inglês) em parceria com a indústria global de seguros. Os PSI foram lançados durante o 48º Seminário Anual da IIS (International Insurance Society), no dia 19 de junho de 2012, no Rio de Janeiro. Uma iniciativa histórica que apoia os objetivos da Conferência das Nações Unidas de 2012 sobre Desenvolvimento Sustentável.
E, desde julho de 2012, a Comissão de Sustentabilidade da CNseg foi criada, com a missão de assessorar a diretoria da Confederação a disseminar conceitos e fomentar práticas de desenvolvimento sustentável no mercado segurador brasileiro, estimulando a troca de experiências e a adoção das melhores práticas pelas empresas.
Entre os objetivos, estimular a inserção das questões ambientais, sociais e de governança no âmbito das Federações que compõem a CNseg; conscientizar as seguradoras acerca da importância da inserção de conceitos ASG no desempenho do seu papel de gestoras de risco e investidoras institucionais, com ênfase especial na subscrição de risco, aplicação de seus ativos, regulação e liquidação de sinistros. E ainda: fomentar a aplicação de conceitos ASG pelos demais agentes da cadeia de valor do seguro em seus negócios e operações; estimular a implementação da Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA) pelas empresas do setor de seguros. Além de participar de fóruns que discutem temas relacionados ao desenvolvimento sustentável, estimulando parcerias com Governo, Comunidade Acadêmica e demais instituições e organizações nacionais e internacionais.
Uma boa oportunidade para todos os stakeholders conhecerem as ações mais revelantes do mercado ocorrerá durante o II Encontro de Sustentabilidade e Inovação do Setor de Seguros. Durante este evento, neste dia 8, na sede da CNseg, ocorrerá o lançamento da 2ª edição do Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros.
Fonte: CNseg