Os golpes contra a atividade de seguros, excluídos o seguro-saúde e os planos de previdência complementar aberta, estão em baixa, pelo menos em valores. Os casos detectados recuaram 6,6% de 2011 para 2012.
Fechados os números de 2013, nova queda, ainda maior, de 8,4%. Ainda assim, os prejuízos são milionários. Os sinistros sob suspeição no ano passado chegaram a R $ 2,134 bilhões, sobre os quais a má fé descoberta envolveu R$ 414 milhões.
Deste montante, as seguradoras se recusaram a pagar R$ 345 milhões (83,5%). Os dados são da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), divulgados através da sua Central de Serviços e Proteção ao Seguro (Ceser), área responsável pela quantificação da fraude.
Além das fraudes estarem diminuindo, os números da CNSeg mostram que as seguradoras têm conseguido ano a ano desmascarar os falsários, em escala crescente, o que indica que há um combate mais rigoroso ao dolo, atenuando o prejuízo. Em 2011, das fraudes detectadas, 69,8% foram comprovadas (não pagas), indicador que pulou para 75,5% em 2012 e chegou a 83,3% no ano passado.
Para o superintendente-geral da Ceser, Marco Antonio da Silva Barros, combater a fraude é uma das principais missões enfrentadas pelo mercado segurador. “A fraude impacta diretamente no consumo e no preço de seguros, prejudicando não só o mercado, mas também todos os consumidores”, diz. Segundo ele, a impunidade é um dos principais incentivadores da prática e que todos precisam se conscientizar que se trata de um crime.
“Combater a fraude também é prestar um serviço à sociedade, já que, assim, estamos colaborando para a redução da criminalidade”, acrescenta Marco Barros, que também preside a Federação Nacional de Capitalização (Fenacap).
O levantamento da Ceser aponta que a carteira de pessoas foi a que apresentou o maior índice de comprovação das fraudes. Em 2011, dos sinistros nessa situação, 99,4% foram descobertos. Patamar que se manteve em 2012 (99,8%) e cravou quase 100% (exatos 99,9%) em 2013, ano em que as seguradoras recusaram o pagamento de sinistros da ordem de R$ 96,6 milhões, dos R$ 96,78 milhões detectados.
Veículos
Em termos de valores, o automotivo foi o segmento onde a prática da fraude manifestou-se mais expressivamente, embora com tendência de queda. Em 2011, as ações dos fraudadores abrangeram R$ 321,4 milhões, dos quais R$ 194,3 milhões foram comprovados, 60,4% do total. No exercício seguinte, o montante caiu para R$ R$ 263,9 milhões, sendo provados R$ 173,37 milhões (65,7%), e alcançou R$ 189,7 milhões no ano passado, com R$ 162,5 milhões (85,6%) elucidados, com a recusa das seguradoras em pagar.
Os fraudadores também agiram na carteira patrimonial, na qual, em 2011, tentaram usurpar R$ 12,3 milhões, com grau de insucesso de 88,6% (R$ 10,9 milhões), taxa que caiu para 71,2% em 2012 e foi alçada a 87,3% em 2013, quando as fraudes detectadas, da ordem de R$ 7,9 milhões, caíram 48,4% sobre o ano anterior.
Já no ramo de transportes de mercadorias, as tentativas de lesar os seguros registraram avanço de 319,4% em 2013, sobre 2012. Os valores descobertos subiram de R$ 12,9 milhões para R$ 54,1 milhões, destes apenas R$ 21,4 milhões foram esclarecidos, 39,6%. Foi a menor taxa de comprovação do ano, em relação às demais modalidades de seguros.
Fonte: Revista Cobertura