Num ano em que o crescimento da economia se caracterizou pela moderação, o mercado de seguros se manteve estável e até cresceu em alguns segmentos. esses são alguns dos pontos que Marco antonio rossi aborda em sua entrevista à Cadernos de Seguro. O novo presidente da CNseg, que assumiu o cargo em maio, afirma que o cenário econômico é favorável para 2014: “Será um ano particular, no qual teremos a Copa, que mobiliza o país, e as eleições, que levam a um comportamento positivo da economia. isso aponta para um cenário de crescimento superior a 2013. ainda somos a 13ª participação no mundo em consumo de seguros e a sétima economia, portanto, ainda há muito a ser feito”, diz.
Cadernos: Como o senhor avalia o desempenho do mercado de seguros em 2013, especialmente, por se tratar de um ano em que a economia não teve o crescimento esperado?
MARCO ANTONIO ROSSI: O mercado de seguros está crescendo há algum tempo. Nós estamos vindo de uma rota de crescimento positiva, que teve início em meados da década de 1990 e é observada até hoje. O ponto de destaque este ano é que o crescimento também se refletiu em segmentos que, historicamente, não têm apresentado um resultado tão significativo comparado aos demais, como no caso de seguro de automóvel. Isso demonstra, em primeiro lugar, a força das nossas seguradoras que atuam no ramo; segundo, que nossa indústria automobilística produziu mais carros e, claro, houve uma maior conscientização da população brasileira em relação à necessidade de segurar esse bem. Nos demais itens, nosso crescimento é bastante consistente, principalmente no segmento pessoas. Quando se observa o seguro de vida, previdência, saúde, o comportamento histórico tem se mantido num nível elevado.
Então, independentemente do momento que a economia brasileira viveu, e digo isso porque estamos numa situação melhor do que a que experimentamos há dois ou três meses, o setor de seguros não foi afetado com essa oscilação de mercado.
Cadernos: Diante disso, 2014 aponta para um cenário otimista?
Rossi: O cenário econômico, sem dúvida, é favorável para 2014, fruto de um ciclo de superação do pessimismo desses dois últimos meses que eu citei e também de um ano particular, no qual teremos a Copa do Mundo, que deve mobilizar o país como um todo, com um grande afluxo de turistas. Isso movimentará a economia. Devemos destacar também a realização das eleições que, historicamente, levam a um comportamento positivo da economia. Isso aponta para um cenário de crescimento superior a 2013. Especificamente para o setor de seguros, como estamos vindo de um ritmo de crescimento bastante acentuado nos últimos anos, sempre acima de 10%, o nosso cenário é buscar a manutenção desse crescimento, o que é extremamente relevante. O que sempre falamos aqui é que o setor tem crescimento similar a economias com sua melhor performance, como a da China.
Cadernos: O que está na pauta para 2014 em termos de novos produtos?
Rossi: Nós sempre temos falado de dois pontos, do seguro popular e o de automóveis, porque a nossa frota segurada ainda é muito baixa e existe uma oportunidade enorme de crescimento para esse segmento. O outro produto que merecerá atenção será o VGBL saúde. Nós sempre falamos dele, pois é uma preocupação ter esse plano de previdência e saúde. E é um produto que poderia trazer para o país um benefício enorme, pois estamos envelhecendo e a longevidade é um fato no Brasil. A ideia de se preparar para essa nova etapa que o país irá viver, de uma população mais madura, de cabelos mais grisalhos, é fundamental que pudesse existir uma parceria entre os setores público e privado para construir um cenário melhor. É nisso que o VGBL saúde pode ter um papel importante.
Fonte: Caderno de Seguros