Somente 5% dos brasileiros compram seguros de vida voluntariamente e 7% estão cobertos por meio do pacote de benefícios das empresas em que trabalham. “O porcentual está bem abaixo da saúde suplementar, que alcança mais de 40% da população”, aponta o especialista em vendas, José Franco Pagano.
 
Apesar da baixa penetração do seguro de vida, Franco defende que o mercado de seguros está pronto para crescer, de modo a atender as demandas de mais de 50 milhões de brasileiros que compõem a nova classe C, desde que supere problemas de comunicação com os clientes.
 
“Temos ótimas seguradoras, excelentes produtos, um conjunto de coberturas eficientes e preços equilibrados. A dificuldade está na diversidade do discurso dos canais de distribuição, incluindo corretores, bancos, lojas de varejo, operadores de telemarketing e, agora, a web, que não conseguem a confiança dos consumidores sobre os reais benefícios do produto”, enfatiza Franco.
 
Nesse contexto, ele reforça que as pessoas nem sempre sabem bem o significado de possuir um seguro de vida, desconhecendo efetivas coberturas e riscos excluídos. “A grande maioria ignora, por exemplo, que a omissão de doenças pré-existentes ou o suicídio no prazo de carência de dois anos podem acarretar em negativas de indenização, só para ficar em dois exemplos práticos”, explica.
 
Além disso, o público não está apto para aquisições do produto pela internet, sem a consultoria especializada de um corretor de seguros, correndo o risco de comprar um pacote de proteção inadequado às suas necessidades.
 
O cenário é bem diferente daquele verificado nos países desenvolvidos, onde o seguro de vida costuma ser o carro chefe do setor, tanto que, em geral, o mercado é dividido em Vida e Não-Vida, como acontece nos Estados Unidos.
 
“Nos últimos cinco anos, já verificamos maior conscientização e esforço do mercado para simplificar os contratos e ampliar o entendimento dos contratos. É assim que o seguro de vida pode viver um período de forte expansão no Brasil, se a economia conseguir manter a inflação sob controle, bem como emprego e renda estáveis, tendo em vista que a aquisição dos seguros de pessoas está ligada com a capacidade de planejamento financeiro das pessoas”, conclui Franco.
 
Fonte: CQCS | Pedro Duarte